A Seleção Brasileira acabou decepcionando na Copa do Mundo Feminina sendo eliminada ainda na fase de grupos da competição. Em entrevista ao site Trivela, a atacante Cristiane quebrou o silêncio e finalmente falou sobre a participação do Brasil no Mundial. A equipe canarinho venceu apenas o Panamá na estreia, sendo derrotada pela França e eliminada após um empate diante da Jamaica, que diga-se de passagem precisou fazer uma vaquinha online para arrecadar fundos para ajudar a equipe à ir para o Mundial.
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Deixada de lado por Pia Sundhage, Cristiane avaliou como vergonhoso o desempenho do Brasil na Copa. “Eu não sei se as pessoas têm noção do quanto foi grave essa eliminação. Acho que as pessoas ainda não se ligaram da gravidade, do que foi ter saído da Copa do Mundo dessa maneira. É extremamente vergonhoso”, afirmou.
A jogadora prosseguiu afirmando que a Seleção deveria ter ido mais longe, principalmente tendo em vista que o apoio recebido foi maior que na edição passada do Mundial. “É inaceitável (a eliminação na fase de grupos), por tudo o que foi construído em todos os anos na seleção brasileira e também por tudo o que foi dado agora (nesta edição), que foi bem mais do que em 2019, quando a gente foi para a Copa. Eles (CBF) fizeram o que é obrigado, porém, em aspecto de campeonato que a gente tem hoje, de competitividade que a gente tem hoje dentro do país, de patrocínio, de marketing, de lado financeiro… (O Brasil) Tinha que ter ido mais longe”, avaliou.
📊 NÚMEROS: Cristiane Rozeira de Souza Silva, a Mamãe Cris, tem 96 gols com a camisa da Seleção Brasileira Feminina. Cristiane é a segunda maior artilheira da história da Seleção Feminina, atrás somente da Rainha Marta. Pia Sundhage ignorou tudo isso. 📸 Getty Images
Cristiane também não perdoou Pia e sua comissão técnica que segundo ela tiveram um posicionamento passivo, principalmente no duelo que culminou na eliminação da Seleção. “A passividade, principalmente a que a comissão técnica teve na beira do campo… Isso me irritou muito num nível, sabe? É por isso que eu não estava lá, porque a minha reação não ia ser aquela. Se eu estivesse lá, o pau ia torar no vestiário. Eu não sou assim, essa pessoa passiva, de só aceitar que está saindo fora da maior competição que existe no planeta de boa. Eu estou muito brava”, acrescentou.
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Pensamento pequeno?
A jogadora que marcou história com a Seleção Brasileira e é uma das maiores referências do futebol feminino no Brasil, criticou ainda a falta de ambição da Seleção em projetar apenas as oitavas de final e não brigar por títulos. “A gente tem essa mania de pensar que o Brasil ir até as oitavas está bom. Não! Você tem que imaginar grande, você não pode entrar num torneio e falar que vai ficar em 3º lugar. Não pode entrar achando que vai cair nas quartas”, reclamou.
“O pensamento tem que ser: ‘Eu vou chegar na final e acabou’. Não interessa o patamar que a gente está no ranking, não interessa o que falem da nossa geração, porque eu quero ser campeã. Porque, em 2007, o pessoal falava ‘Ah, o Brasil toma pau de todo mundo’. Nós respondemos: ‘É o Brasil, cara, e a gente tem que se juntar e acreditar nisso aqui'”, recordou.
Quer voltar
A atacante está com 38 anos, mas ainda esbanja boa forma física e ainda sonha em defender novamente a Seleção. “Enquanto o físico estiver aguentando bem, eu vou continuar. Não desisti. Eu sempre tive o objetivo, a dedicação. Eu nunca neguei isso pra seleção. Muito pelo contrário, sempre trabalhei, sempre me dediquei e sempre fui eu para ser convocada. Só que, infelizmente, as coisas não aconteceram”, finalizou.