De um lado, Mario Jorge Lobo Zagallo, que foi convidado para assumir a Seleção Brasileira faltando aproximadamente dois meses e meio para a Copa do Mundo. Do outro o atleta mais jovem a ser convocado para a Copa, Edu tinha 16 anos e 339 dias. O jovem vivia a expectativa de fazer uma boa atuação e conquistar o título para a Seleção Brasileira. Naquele ano o Brasil conquistaria o tricampeonato.

Foto: Shaun Botterill/Getty Images | Zagallo assumiu a Seleção após a saída de Saldanha
Foto: Shaun Botterill/Getty Images | Zagallo assumiu a Seleção após a saída de Saldanha

 

Apesar do marco histórico e do título conquistado, Edu guarda uma lembrança negativa daquela edição da Copa. Em entrevista ao PodCopa, o ex-atacante comentou o problema que enfrentou desde a chegada de Zagallo ao comando técnico da Seleção. “Saiu o Saldanha, eu soube da chegada do novo treinador. Eu não cito muito o nome dele. Nós estamos reunidos no salão, o Rivellino do meu lado e eu falei: ‘Riva, eu não jogo mais, estou sentindo que não vou jogar mais. Ele só jogava assim, vai querer alguém que jogava da mesma maneira”, disse.

O ex -atacante contou que foi barrado por Zagallo, que optou por testar Rivellino na ponta esquerda.“O Riva falando ‘não, você que está livrando a nossa cara, fazendo as jogadas de gol’. E realmente não joguei mais, fiquei na lista dos reservas no México. Ele falou: ‘vou testar o Rivellino na ponta esquerda’. Como vai testar o Rivellino? Rivellino é jogador de teste? Vai jogar. Mas o que nós queríamos foi o que aconteceu, fomos campeões mundiais”, completou.

Edu admitiu que percebeu de imediato que não possuía as características esperadas por Zagallo, mas que decisão provocou estranheza até mesmo em Rivellino que foi escolhido pelo treinador para assumir a posição. Naquela Copa  o atleta entrou em campo uma única vez, substituindo Clodoaldo. Na ocasião, o jogador atuou por 16 minutos no triunfo do Brasil por 3x2 diante da Romênia na primeira fase do Mundial.

“Ali, eu já senti que não ia jogar, porque ele não queria um ponta ofensivo. Queria alguém que pudesse compor o meio de campo, e eu não era muito de fazer isso. Eu ia até o meio de campo e aproveitava os contra-ataques, foi assim nas eliminatórias. Então, eu sabia. É interessante que o Riva, quando encontro com ele, ele me diz: ‘na hora do hino, eu olhava para o banco e tinha você, Edu e Paulo Cesar Caju, o que eu estou fazendo aqui?”, relembrou.