Ancelotti é o primeiro técnico estrangeiro da Seleção?
A CBF anunciou nesta segunda-feira (12) o novo técnico da Seleção Brasileira: Carlo Ancelotti. O treinador italiano de 65 anos terá contrato até o fim da Copa do Mundo de 2026 e chega para comandar o time já na próxima rodada das Eliminatórias.
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A chegada de Ancelotti representa uma ruptura histórica, já que o Brasil era tradicionalmente liderado por técnicos brasileiros ao longo de sua trajetória, principalmente nos anos em que conquistou um título Mundial (1958, 1963, 1970, 1994 e 2002).
No entanto, essa não é a primeira vez que um estrangeiro assume o comando da Seleção Brasileira. Ao longo de mais de 100 anos de história, a Canarinho já foi dirigida por técnicos nascidos fora do Brasil. Esses episódios, porém, aconteceram em circunstâncias bem distintas da atual.
Histórico de técnicos estrangeiros na Seleção Brasileira
Ao longo de quase 110 anos de história — desde a primeira partida em julho de 1914 — a Seleção Brasileira foi comandada por 34 técnicos efetivos e 19 interinos. Entre esses 53 nomes, destacam-se três estrangeiros: o uruguaio Ramón Platero, o português Joreca e o argentino Filpo Núñez.
Ramón Platero (Uruguaio – 1925): O uruguaio Ramón Platero foi o primeiro estrangeiro a comandar a Seleção Brasileira e o único a fazê-lo em um torneio oficial. Campeão sul-americano com o Uruguai em 1917, ele assumiu o Brasil durante o Campeonato Sul-Americano (Copa América) de 1925, enquanto treinava o Vasco. Foram apenas 19 dias como treinador da Seleção, com quatro jogos.
Joreca treinou a Seleção Brasileira. Foto: Arquivo SPFC
Joreca (Português – 1944): Joreca, nascido em Lisboa, é o único europeu que já comandou a Seleção Brasileira. Ex-jornalista e árbitro, destacou-se como técnico do São Paulo, onde conquistou três títulos paulistas. Em 1944, dividiu o comando da Seleção com Flávio Costa em dois amistosos contra o Uruguai, ambos com vitórias. No total, treinou o Brasil em apenas duas partidas.
Filpo Nuñez (Argentino – 1965): Filpo Núñez foi o único argentino a comandar a Seleção Brasileira, em uma situação inusitada. Em 1965, como técnico do Palmeiras, dirigiu o time que representou o Brasil em um amistoso contra o Uruguai na inauguração do Mineirão. A vitória por 3 a 0 garantiu a ele o título simbólico de técnico da Seleção por um dia.
O que muda com Ancelotti?
Carlo Ancelotti será o quarto estrangeiro a comandar a Seleção Brasileira e o primeiro europeu a assumir o cargo de forma contínua e oficial. Sua nomeação marca um momento histórico, já que o último técnico estrangeiro à frente da equipe foi há 60 anos, e as passagens anteriores de gringos foram sempre breves. Ancelotti, no entanto, chega com a expectativa de permanecer no cargo por pelo menos um ano.
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Outro ponto importante sobre a chegada de Ancelotti é o potencial impacto para o futuro da Seleção Brasileira. Seu comando pode “abrir portas” para outros técnicos estrangeiros, algo que, por décadas, foi alvo de críticas e resistência, devido à tradição de se manter treinadores brasileiros à frente da equipe.
Ainda atualmente, diversos ex-jogadores das conquistas do tetra e penta, além de técnicos brasileiros, se manifestaram contra a chegada de nomes estrangeiros como Ancelotti, Abel Ferreira e Jorge Jesus. No entanto, caso o trabalho de Ancelotti seja bem-sucedido, é provável que isso mude a percepção sobre a escolha de técnicos de fora.
