Vendas de jovens do São Paulo
O São Paulo vem lucrando com a venda de jogadores da base de Cotia em 2025. A última foi Henrique Carmo, que acertou com o CSKA, da Rússia, por 6 milhões de euros (R$ 32,5 milhões). Porém, as vendas recentes tem gerado insatisfação da torcida.

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Neste ano, o Tricolor também vendeu William Gomes para o Porto por 9 milhões de euros, Lucas Ferreira para o Shakhtar Donetsk por 10 milhões, além de Matheus Alves e Henrique Carmo, ambos para o CSKA. Com essas negociações, o clube arrecadou bastante dinheiro com seus jovens talentos.
No total, as vendas somam pouco mais de R$ 203 milhões, sem contar empréstimos e percentuais pagos pelo mecanismo de solidariedade da Fifa. Para o São Paulo, negociar jogadores formados na base se tornou necessário, já que a dívida do clube se aproxima de R$ 1 bilhão.
Casares justifica transferências
Julio Casares reconhece que parte da torcida do São Paulo não aprova suas decisões, mas afirma que a fragilidade econômica do clube obriga a aceitar ofertas baixas por jovens talentos. Em 2025, ele já concretizou quatro vendas de joias da base, todas por valores inferiores a 10 milhões de euros, seguindo uma política de cortes de gastos e contratações pontuais sem pagamento por direitos econômicos.
“O que nós temos hoje é responsabilidade. O São Paulo não pode conviver com déficit, depois outro déficit. Precisamos ter um choque de responsabilidade financeira (…). Estamos tentando buscar um superávit, um equilíbrio da dívida, uma diminuição gradativa dela com muita responsabilidade. Quando se renova um contrato de um jogador experiente como Alan Franco, não tem direito econômico, mas tem luvas, tem reflexo na folha. Então sempre há um descompasso financeiro. O futebol estourou nas despesas não porque quis, é para que mantenhamos um time competitivo. Você tem que trabalhar para manter jogadores importantes.”, disse Casares.

Presidente do São Paulo, Julio Casares. Foto: Abner Dourado/AGIF
“Os meninos da base saem. Eu gostaria que eles ficassem por muito tempo, eu sou um torcedor. Mas o São Paulo vive uma necessidade financeira, um momento que requer medidas duras. O São Paulo campeão em 2023 da Copa do Brasil e depois da Supercopa só vendeu o Beraldo. E vendeu muito bem, tendo 60%. Depois, Pablo Maia e Nestor tiveram cirurgias. Wellington saiu porque venceu o contrato. O São Paulo reconectou a sua gente, o seu torcedor, o Morumbis, e ganhou títulos. Não ganhava clássico, ganhou a Copa do Brasil, a Supercopa, e antes o Paulistão. Saiu da fila, o torcedor compareceu. Agora precisa, com urgência, se reequilibrar. Ter um viés de baixa da dívida. E isso faz com que o São Paulo venda, às vezes, prematuramente. É uma questão de mercado.”, completou o presidente.
Casares confia no rumo do clube
Alvo de críticas, Casares afirma estar seguindo o único caminho possível para manter o São Paulo com fluxo de caixa positivo e expectativa de superávit em dezembro. Até agora, o clube já arrecadou mais de R$ 200 milhões com vendas, superando as previsões para o período.
Ele reforçou que assume as críticas, mas mantém o foco no planejamento financeiro: “Tenho que olhar para a minha consciência, para a minha convicção e aceitar com normalidade as críticas, desde que não sejam exacerbadas, mas entender que a rede social hoje traz a emoção. Não posso me preocupar com isso, senão não sentaria nesta cadeira.”

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“Mas não podemos entender que é vida normal ter déficit, temos que buscar o superávit. Esse esforço vale a pena. Eu sei que é incompreensível, o torcedor quer ganhar tudo e quer contratações, mas a conta não fecha. Eu prefiro ser criticado, mas lá na frente depois ser julgado por uma obra feita. Espero um clube com sinais de recuperação para futuras gerações.”, finalizou.








