O deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE) está avaliando a necessidade de uma manobra para diminuir a resistência do congresso no projeto de lei que pretende legalizar os jogos de azar no Brasil. A ideia é voltar com o poker e os “fantasy games” no relatório, abordando os dois chamados jogos de habilidade em um capítulo especial, dando assim um tom mais leve ao texto e garantindo um apelo popular.

Poker pode voltar ao projeto de lei dos jogos de azar (Foto: BSOP)
Poker pode voltar ao projeto de lei dos jogos de azar (Foto: BSOP)

A informação foi divulgada nesta sexta=feira (18), no Portal Uol, em matéria assinada pelo repórter Lucas Valença. Tanto o poker quanto os “fantasy games” são chamados de jogos de habilidade por que a técnica dos praticantes influenciam muitas vezes mais do que o fator sorte. No jogo de cartas, por exemplo, já foi comprovado que a maioria absoluta das rodadas não chega até o final, quando as mãos formadas são reveladas.

Os “fantasy games” são jogos onde os competidores criam times com base em jogadores reais e se aproveitam do conhecimento em estáticas e no esporte, acumulando pontos conforme o desempenho deles. No Brasil a versão mais conhecida é o Cartola FC. As duas atividades estavam no relatório inicial, mas saíram em dezembro, com o intuito de se criar um marco regulatório diferenciado para elas.

Resistência bancada evangélica

A proposta atual pretende legalizar os cassinos, bingos e o jogo do bicho, aplicando impostos nestas atividades, porém, esbarra em grande preconceito da bancada evangélica do congresso. Na visão deles, essa indústria vai fomentar a lavagem de dinheiro, o tráfico de drogas e o vicio nas apostas, afirmando que os prejuízos serão maiores do que os benefícios gerados com o turismo e arrecadação de impostos.

Projeto pronto

Independente da inclusão ou não dos jogos de habilidade, o projeto de lei já está pronto para ser votado. A ideia é que o mesmo siga para aprovação no plenário ainda este mês. Parlamentares ligados a elaboração do mesmo torcem para que ele não seja avaliado de forma remota, já que a resistência ainda é grande e segundo eles, seria mais fácil reverter alguns votos de maneira presencial.