Para conseguir uma boa evolução no poker hoje em dia, principalmente no poker online, é preciso fazer parte de um time. Lucas Aguiar, conhecido pela conta “Foi_Sorte23” seguiu esses passos e hoje é head-coach do próprio time, o Fox, uma espécie de equipe de base do 4Bet Poker Team. Além do material de estudo que ele produz, o profissional do poker também faz apostas esportivas e revelou em entrevista que as duas atividades possuem semelhanças.

Lucas "Foi_Sorte23" Aguiar produz conteúdo sobre poker e apostas esportivas nas rede sociais (Foto: Reprodução Instagram)
Lucas "Foi_Sorte23" Aguiar produz conteúdo sobre poker e apostas esportivas nas rede sociais (Foto: Reprodução Instagram)

A resiliência, o controle de bankroll e o tilt são os fatores do poker que se assemelham com as apostas esportivas, como as do site Betfair. Além disso, os dois possuem uma parte técnica, mas no caso das apostas em jogos de futebol, basquete, vôlei e demais esportes, a habilidade é um pouco peculiar.

“É preciso entender que na maioria dos dias você vai perder, mas quando ganhar, vai compensar. O tilt pra mim é o fator mais parecido. Quando o jogador entra nesse modo começa a errar, não controla o bankroll e vai apostando em coisa errada”, contou Lucas se referindo ao tilt como o modo de erro que se encontrava nas antigas máquinas de pinball.

Aos 28 anos Lucas joga poker desde os 16.  Começou com os amigos em Campinas, cidade do interior paulista onde ele nasceu. Teve passagem pela equipe do jogador Francisco Nogueira, o “Chiconogue” e até mesmo por um time estrangeiro, mas o início de tudo foi mesmo com um jogo que pode ser considerado brincadeira de criança.

Confira a entrevista completa com Lucas “Foi_Sorte23” Aguiar

BolaVip: Como conheceu o poker?

Lucas Aguiar:  Eu jogava um card game estilo Magic chamado Yu-Gi-Oh! é já era bastante competitivo, um dos melhores da cidade, mas não dava para ganhar dinheiro com isso. O poker é uma parada similar ao Yu-Gi-Oh!, um jogo que sempre muda e se ajusta, e ainda é possível ganhar dinheiro. Sonho, né!
Uns amigos meus me apresentaram o Poker e quando acabava a competição de Yu-Gi-Oh! íamos para casa de um deles jogar. Um home game de R$ 10, todo mundo duro na época, mas pensei “eu sou bom, sou melhor que os caras”, dá pra ganhar dinheiro nisso.

BV: E como começou a jogar online, ganhar dinheiro mesmo?

LA: Primeiro passei a pesquisar na internet – sempre fui muito curioso – os jogos de dinheiro fictício, os freeroll (torneios onde o buy-in é de graça). No ensino médio eu já levava livros de poker para a escola, mas foi na época da faculdade que eu depositei US$ 100.

Jogava das 10 da manhã até às 6 da tarde sit and go de US$ 1. De noite ia pra faculdade e nos dias que não tinha aula eu jogava MTT. Fui bem, cresci minha banca e passei a jogar os torneios com buy-in de US$ 5, mas não estava aguentando a variância, por isso entrei no time do “Chicongue”.

Em seis meses por lá fiz US$ 25.000 e me tornei instrutor. Fiquei nesse time 3 anos e meio, depois sai e joguei com o investimento de amigos, passei por um time gringo por 2 anos e meio, trabalhei em um clube do PPoker até me juntar o 4Bet onde criamos o Fox.

BV: Mas você teve outro emprego na vida fora o poker?

LA:  Na faculdade durante um bom tempo eu fiz algumas festas. As outras profissões eu trabalhei só para poder juntar dinheiro e comprar um notebook para poder jogar. Fiquei com o meu pai em um escritório de contabilidade por quase dois anos, quatro meses no CEE, uma central que ajudava o pessoal a arrumar estágio.

A minha primeira opção foi sempre o poker. Ou era isso ou virava mendigo. Pra mim não tinha plano B, o Plano A vai dar certo e fim!

BV: E como começou a criar conteúdos de poker?

LA: Eu sempre gostei, me lembro que no colégio e na faculdade já diziam que eu gostava de buscar informação e repassar. Quando passei a ganhar dinheiro no poker quis mostrar para mais pessoas que era possível fazer isso. Não sei se é vocação, o que é, mas eu gosto de ser instrutor e a turma gosta das minhas aulas.

Comecei a fazer isso ainda tinha cabelo, você vê isso nos meus vídeos mais antigos, só que eu precisava jogar para sobreviver e o tempo não batia. Agora estou mais tranquilo, empreendendo, não preciso estar exclusivamente na mesa. Sinto que falta isso, sabia? Tem muita gente boa por ai, melhor do que eu, mas os caras não tem tesão nem esse tempo.

BV: E quais são as principais dificuldades dos alunos?

LA: Paciência, pessoal pensa que é entrar no time e querer no mês seguinte tirar dinheiro, ou já fica fazendo conta: “Há se eu jogar tanto, eu vou ganhando tanto”. Mas nem se provaram ainda, nem sabem como vai ser. Existe uma dificuldade de aceitar a metodologia e confiar nela.

Outro erro é querer aprender coisas mais avançadas sem dominar uma base que vem necessariamente antes. O cara tá preocupado em defender o river sendo que ele nem abre o pré-flop corretamente? Não tem problema errar o pensamento no poker, mas precisa ter uma lógica.

BV: E a Twitch? Como você começou?

LA: Eu fiz minha primeira transmissão em 2015/2016, mas estou firme por lá mesmo há 1 ano, soltando vídeos no instagram todos os dias, três vídeos no youtube por semana e live na Twitch toda segunda-feira às 21h, sempre com algum tema específico do poker. É chuva de conteúdo mesmo.