O São Paulo Futebol Clube é o único time do mundo que possui um embaixador para o o poker. Mateus Lessa, o Matu, é o responsável por levar o escudo do tricolor paulista nas mesas do esporte da mente no Brasil e no mundo. No próximo dia 10 inclusive o time do Morumbi vai organizar um torneio exclusivo para sócio torcedores, onde os prêmios serão experiências com o clube.

Mateus Lessa é embaixador do São Paulo no poker (Foto: Carlos Monti/BSOP)
Mateus Lessa é embaixador do São Paulo no poker (Foto: Carlos Monti/BSOP)

 

 

Durante o BSOP, campeonato brasileiro de poker que acontece no WTC Sheraton, em São Paulo, Mateus aproveitou um momento de descanso para conversar com exclusividade com o Bola Vip. Ele revelou como foi o começo da carreira e os planos para o futuro na parceria com o time de futebol.

 

O próximo projeto é fazer um torneio bem grande lá no Morumbi aberto para todos, mas com desconto para o sócio torcedor. Essa vai ser uma tônica dos nossos projetos, vantagens para o sócio torcedor do São Paulo. Eu não me assustaria se até torcedor de outros times virassem sócio torcedor do São Paulo, de tantas vantagens que vamos oferecer”, disse o jogador de poker.

 

Ao lado do comunicador Victor Marques, Matu anunciou recentemente uma outra parceria, esta com o aplicativo online PPPokker. Essa união pode ajudar a idealização dos torneios planejados para serem realizados no estádio do Morumbi.

Confira a entrevista completa com Mateus Lessa

Bola Vip: Como foi o seu primeiro contato com o poker, como conheceu o jogo, como se desenvolveu até chegar a ser profissional?

Mateus Lessa: Meu primeiro contato foi em Houston, no Texas. Eu fui estudar e morar lá, ganhei uma bolsa de 100% por causa do futebol. Nas viagens eu e os meus amigos ficávamos bem entediados e começamos a jogar poker, tanto online quanto live. Assim aprendi as regras, tive contato com pessoas que jogavam há muito tempo. Dali para virar profissional foi um longo período.

Fiquei bastante tempo como recreativo, mesmo ganhando mais que meus amigos, tanto que em determinada época minha mãe nem precisava mais me mandar dinheiro, meus custos eram bem baixos também por conta da bolsa integral. Quando voltei dos Estados unidos, tinha um primo que estava jogando sério, estudando, lendo os primeiros livros, assim ele me indicou um bem famoso do Leo Bello, que hoje é um personagem bem controverso no mundo do poker.

Depois comecei a ter os primeiros resultados, pude abandonar minha outra profissão que era professor particular, eu dava aula de matemática, história e inglês. Deixei de dar aula e depois de um tempo comecei a ensinar poker, coisa que faço até hoje.

Mateus Lessa (Foto: Carlos Monti/BSOP)

Mateus Lessa (Foto: Carlos Monti/BSOP)

BV: Você também joga bola na várzea e sei que é um craque. Tentou se profissionalizar como jogador de futebol? Como foi isso na sua vida? Por que não seguiu em frente?

ML: Sobre a várzea, na verdade eu nunca fui craque, se eu fosse eu teria realmente virado jogador de futebol. Sou bom de bola, bem competitivo, a canhotinha funciona muito bem, e tentei virar profissional até o último instante que era possível acreditar. Por incrível que pareça eu quase fui parar no Corinthians, me destaquei em um torneio no ano de 2004 ou 2005, por um time de empresários no interior e eles se interessaram pelo meu futebol, mas rompi três ligamentos do tornozelo e isso interrompeu o meu sonho.

Eu já tinha quase 18 anos, estava velho para o futebol, então fui parar no Estados Unidos com uma bolsa de estudos integral e foi lá que conheci o poker né. Tudo acontece por um motivo, sou muito grato pelo que aconteceu e não aconteceu. Sou grato por ser o Matu e tudo que represento e tem muito por vir ainda.

 

BL: Como começou a parceria com o São Paulo? Você os procurou e chegou com uma proposta? A aceitação foi rápida ou houve algum preconceito do clube em associar a marca com o poker?

ML: A parceria surgiu da minha própria cabeça, eu bati na porta com minhas ideias e não tinha exatamente uma proposta, um molde ou vários planos, mas sim um conhecimento do mercado e sabia que poderia explorar isso de várias formas, e ser positivo para todos. Tive uma boa aceitação, sem preconceito, porque no poker faz um bom tempo que isso não existe.

Como estou no jogo há 13 anos eu encarei muito isso no começo, inclusive dentro de casa, com a minha família, mas nos últimos anos o poker passou a ser bem visto em todos os meios. Quando eu cheguei no São Paulo já não tinha mais essa questão. Estou no São Paulo há 2 anos e meio, meu novo contrato já saiu, renovado até o fim de 2022, com possibilidade de extensão por mais um ano.

Várias coisas já aconteceram, mas agora com a vacinação estamos podendo planejar e executar ações como o torneio para sócio torcedores, de graça, valendo experiências. É muito prazeroso fazer parte, tocar tudo isso, gerar novos sócios torcedores e jogadores de poker, fazer isso uma coisa divertida.

São muitos projetos, nós já temos um licenciamento com a Real Poker, se você for no site deles tem as mesas e fichas licenciadas do São Paulo, vários modelos, coisas muito legais. O primeiro torneio para sócio torcedores será no dia 10 de dezembro, já está tudo ajeitado.

 

BV: Quais são os seus ídolos no futebol? E no poker?

ML: Eu tenho alguns ídolos no futebol. Um deles tá lá no Morumbi, é o Rogério Ceni, um cara que eu admiro demais. Ele literalmente vestiu a camisa por tantos e tantos anos, e hoje estar perto dele... Ainda mais sabendo que ele gosta de poker. Não tive a chance de conversar porque o São Paulo está em um momento complicado. Outro grande ídolo e hoje posso chamar de amigo é o Aloisio Chulapa, um cara espetacular em todos os sentidos, sensacional, e outro cara que eu tenho como ídolo e hoje posso chamar de sócio é o Leandro Guerreiro. Corria demais dentro do campo e hoje correndo ao lado dele aqui fora na vida eu sei o quanto ele gosta de ajudar as outras pessoas.

Ídolo no poker é até esquisito de responder porque estou há muitos anos no jogo e quem era meus ídolos hoje são meus amigos, mas teria que apontar em primeiro lugar o Vitão, até por não ser jogador, um cara que inventa as coisas, que agrega em todos os sentidos. É impossível não apontar também o Akkari e oThiago Decano, caras que sempre admirei muito, sendo campeão mundial. Na ‘gringa’ tem aqueles velhos e bons ídolos, por exemplo o Daniel Negreanu, com todos os tilts e tal, mas um cara que sempre foi o embaixador do poker mundial.