O poker é capaz de realizar grandes histórias. Um dos protagonistas dessas trajetórias de sucesso é Rafael Moraes,jovem nascido no bairro Sapopemba, em São Paulo, e que ganhou o mundo devido ao talento com as cartas. Atualmente Rafa é embaixador do PokerStars, o principal site de poker online do mundo. Ao lado do veterano André Akkari, os dois são os únicos brasileiros que ostentam o “patch” da espada vermelha.
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Viajei para Barcelona durante o EPT a convite do PokerStars e tive a oportunidade de entrevistar Rafael Moraes com exclusividade para o BolavipBrasil. O bate papo aconteceu no quadragésimo primeiro andar do Hotel Arts, bem ao lado do Cassino Barcelona. Entre muitos assuntos, o jogador falou sobre o orgulho que sente em ser um dos embaixadores do site, o principal sonho no esporte da mente, os times de poker ea relação com a esposa Lali Tournier, também profissional.
Lali Tournier é a esposa de Rafael Moraes (Foto: Tomas Stacha/PokerStars)
A entrevista aconteceu na manhã de uma segunda-feira e Rafa parecia ter aproveitado bem a última noite. Na madrugada anterior, André Akkari havia chegado na mesa final do High Roller Estrellas, o que movimentou muito os brasileiros que estavam na cidade da Catalunha. Não deixe de conferir o vídeo da entrevista, mas abaixo segue todas as respostas e uma dica especial que o nosso convidado deixou para quem está iniciando no jogo.
Confira a entrevista completa com Rafael Moraes:
Bolavip: Representar o PokerStars é um auge na carreira, um sonho realizado?
Rafael Moraes: Com certeza, o PokerStars foi o site que comecei há doze anos, e sempre foi referência. Um site que deu tudo pra mim, tudo que eu conquistei no poker, então hoje depois de doze anosser um dos representantes do PokerStars no Brasil com certeza é um auge e um honra muito grande.
BV: Atingindo tantos passos na carreira qual é seu grande sonho no poker?
RM: Essa pergunta é muito legal porque ao longo dos anos fui conquistando grandes sonhos na minha cabeça: ganhar um prêmio muito grande, ajudar minha família, ajudar outros jogadores a serem melhores e ensinar eles a jogar. Os sonhos foram acontecendo e hoje eles são um pouco maiores. Quero continuar sendo referência no poker, conseguir ajudar o esporte a crescer no Brasil. Com inteligência e responsabilidade, porque é um jogo muito legal, então eu tento sempre passar essa parte que é um jogo, a minha profissão pode ser sua também, mas é um hobbie muito legal.
BV: Porque o EPT Barcelona é uma das etapas mais legais?
RM: Barcelona é uma das cidades mais legais do mundo, uma cidade de praia. O EPT em agosto rola no verão Europeu, então é excitante demais essa atmosfera de calor, de praia, festa, todo mundo no mesmo lugar. Ele acaba sendo o maior, acredito que a etapa do EPT Barcelona é a maior de todas do circuito europeu justamente por isso, porque todo mundo quer ir para Europa nessa época, todo mundo gosta de jogar poker em Barcelona. Se você cair de um torneio ainda tem mil opções pra fazer aqui em Barcelona.
BV: Qual a importância dos times de poker para o sucesso recente dos jogadores no Brasil?
RM: Os times de poker têm importância fundamental no processo de crescimentos dos jogadores, principalmente os profissionais do Brasil. Hoje, com certeza, existem mais de dois mil jogadores profissionais no país. Grande parte deles estão em times que ajudam e dão aulas. Eu falo, principalmente para os jogadores do 4bet, que não temos jogadores de poker, temos jogadores profissionais de poker.
A gente ensina o jogador a ser profissional, ser um jogador que entende o jogo, ser um jogador que entende que para crescer e ter uma vida de jogador de poker, precisa buscar a profissionalização. Todos os times que vieram depois – e hoje no Brasil tem mais de 30 ou 40 times – eles estão nessa mesma pegada. A gente brinca no poker de longo prazo né, então o longo prazo chegou. E todos os times são muito profissionais, trabalham muito bem e os jogadores foram melhorando e crescendo com isso.
BV: Quanto é importante pra você ter uma esposa jogadora de poker? Como é essa relação de casal onde os dois são profissionais?
RM: Essa relação é única a gente aprende muito no dia a dia, cresce muito junto tanto como profissional quanto como casal mesmo. Existem pouquíssimos jogadores de poker casal profissionais no mundo, então é algo que é muito gratificante poder jogar um torneio aqui em Barcelona e ela estar jogando também, em outra mesa do meu lado.
A gente conversa sobre mãos, ela tira dúvidas, eu tiro dúvidas, eu quero saber a opinião dela e isso na minha profissão é muito legal, algo que os casais na imensa maioria não sabem como é. Vivemos poker vinte e quatro horas por dia, nossa vida é poker. Isso faz com que a gente viva em alto rendimento nesse esporte. Estamos jantando e falando de poker, a gente sai e fala hoje não vamos falar de poker… Esquece, quando damos conta já estamos falando de alguma mão, de alguma próxima viagem, de algum próximo evento online.
Isso é muito engraçado, quem está perto do casal percebe isso muito bem. Algumas vezes rola uma briguinha também né, não gostou de uma mão que jogou, mas a gente lida muito bem com isso e no final é tudo muito legal e muito positivo para gente, porque sabemos lidar muito bem com isso. É muito gostoso a maneira que a gente vive como jogadores de poker e como casal.
BV: Manda um recado para quem está começando a jogar poker, de maneira recreativa, visando quem sabe fazer uma carreira.
RM: A primeira dica que eu gosto de dar para quem está começando é: se divirta! Aproveite o momento, porque o começo é muito legal, quando você aprende o jogo e se apaixona por ele. Eu lembro quando comecei e era muito divertido. Ficava horas e horas jogando, vendo vídeos, lendo artigos na internet para ver como o jogo funcionava, como que eu podia me tornar melhor.
Então se divirta, jogue bastante, e obviamente, depois se você sentir que tem o tino pro negócio, sentir que você está melhorando, se você sentir que você é melhor que os outros, ai é hora sim de você tentar a profissionalização. É possível, mas é muito difícil hoje porque tem muitos profissionais, muito mais competitivos do que há 12 anos,mas obviamente é possível.