Atualmente Alex desempenha o cargo de treinador Sub-20 de um dos rivais do Palestra, no entanto, nesta quarta-feira (20), o ex-camisa 10 do Palmeiras, tocou em um polêmico apelido que marcou sua passagem pelas Alamedas. Em entrevista ao portal “The Players’ Tribune”, o craque da campanha do primeiro título da Libertadores Alviverde, em 1999 comentou sobre a famigerada alcunha de Alexotan: formada da junção de seu nome com o de um medicamento que ajuda com o sono.

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“Por muitos anos, eu ouvi aquela história de ‘Ah, o Alex não corre. Alexotan’. Nunca me perguntaram como eu me sentia ouvindo isso. Eu vou contar? No começo, no Coritiba, eu achava legal, porque, de fato, eu não precisava correr. Eu fazia a bola correr, a gente ganhava os jogos e todo mundo ficava feliz. Só que quando o time perdia transformavam essa “piada” num achincalhe, numa destruição pessoal, como se eu fosse um palhaço de plástico na quermesse e não um ser humano, um garoto de 17 anos. Era muito agressivo”, revelou o ex-jogador do Palestra.
Alex foi além e detalhou como a crítica levantada o afetava, bem como, era inócua quanto a argumentação sobre seu desempenho em campo: “Tudo bem discutir as minhas características de jogador, maneiras de eu ser mais participativo em campo, menos irregular. Ok, sem problema. Mas raramente a proposta era essa. A intenção era fazer graça, detonar, lacrar, como se diz hoje. Subir pisando na cabeça do outro. E não vou mentir: era pesado pra mim, pesadíssimo”.
A chegada ao Verdão, o ajudou a construir uma postura que o deixava mais participativo em campo e apontou um grande incentivador naquele momento em sua carreira: “Aprendi a lidar melhor com isso jogando, jogando e jogando. E também lendo e me interessando por outras coisas, pelo mundo, pelas pessoas. O primeiro cara que me apontou o dedo e disse “se você continuar jogando assim vai parar por aqui” foi o Zinho, no Palmeiras. De cara eu fiquei bravo, discuti com ele, briguei. Mas logo entendi. Eu precisava mudar a minha maneira de jogar porque, no Palmeiras, o nível era mais alto. A competição interna era mais forte, e os adversários eram mais duros, e se eu quisesse fazer parte e evoluir teria que atuar diferente, participar mais do jogo”, explicou.
Para finalizar, Alex expõe, o que o deixou blindado com o apelido pejorativo, mesmo depois de encerrar sua carreira: “Então eu mudei. Mas a história de ‘Ah, o Alex não corre, o Alexotan’, desde que me aposentei transformada em ‘Ah, o Alex não corria, o Alexotan’, continua até hoje, pesada como sempre. Sou uma pessoa tímida, introvertida. E essa característica me fazia dar peso demais para as coisas ruins que vinham de fora. O que me ajudou nessa parte foi a leitura”.








