Entenda o caso

O impasse envolvendo a construção do novo estádio do Flamengo ganhou novos contornos com o pedido de anulação do leilão do terreno do Gasômetro pela Caixa Econômica Federal. A disputa judicial agora inclui a Prefeitura do Rio de Janeiro, que tenta garantir a posse do imóvel para o clube.

Pedro Guilherme do Flamengo comemorando depois de fazer um gol durante partida entre o Fluminense no Maracana Stadium – Campeonato Brasileiro   2024
© Getty ImagesPedro Guilherme do Flamengo comemorando depois de fazer um gol durante partida entre o Fluminense no Maracana Stadium – Campeonato Brasileiro 2024

A Caixa Econômica Federal pediu à Justiça Federal a anulação do leilão do Gasômetro, alegando que o processo favoreceu exclusivamente o Flamengo. Na petição, a Caixa afirma que o leilão evidenciou um “flagrante desvio de finalidade”, visando entregar o terreno ao clube por um valor muito abaixo do mercado.

Segundo a Caixa, o leilão foi marcado por uma celebração pública, onde políticos e torcedores do Flamengo participaram ativamente. A instituição argumenta que essa festa comprometeu a integridade e a seriedade do processo, gerando um ambiente favorável apenas ao clube.

Reação da Prefeitura e desapropriação

Enquanto a Caixa busca a anulação, a Prefeitura do Rio de Janeiro contra-ataca, tentando garantir a posse imediata do terreno para o Flamengo. O governo municipal depositou o valor correspondente à desapropriação em juízo no mesmo dia da publicação do resultado do leilão, demonstrando a urgência na conclusão do processo.

A Prefeitura defende que a posse do terreno é necessária devido ao estado de abandono e contaminação do local, que está “sem cumprir sua função social”. Já a Advocacia-Geral da União (AGU) também entrou na disputa, solicitando a suspensão dos efeitos do leilão até que a Câmara de Conciliação da AGU aprecie o caso.

Você acredita que a Caixa está tentando sabotar os planos do Flamengo com essa disputa jurídica?

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A AGU alega que a Prefeitura não cumpriu acordos anteriores relacionados ao terreno, que incluíam obras em troca da cessão do domínio útil. Se a venda ao Flamengo for mantida, a União teme que se torne mais difícil cobrar a Prefeitura por inadimplências passadas, cujo valor atualizado é estimado em R$ 426 milhões.

Impactos e próximos passos para o Flamengo

A resolução deste impasse é crucial para o Flamengo, que está prestes a iniciar a segunda fase da construção de seu novo estádio. A definição do projeto executivo está diretamente ligada à posse do terreno, e qualquer atraso pode complicar a obtenção de recursos e a definição de parcerias estratégicas para o clube.

No contexto jurídico, a situação é ainda mais complexa. Além disso, há questões relacionadas à descontaminação do local e à estimativa final dos custos da obra. O valor pode variar entre R$ 1,5 bilhões e R$ 2 bilhões. Esses fatores tornam o panorama ainda mais desafiador para o Flamengo.

A disputa jurídica pode atrasar o cronograma do clube, impactando seus planos de infraestrutura e financiamento. Além disso, eventuais adiamentos podem elevar os custos da obra e afetar a viabilidade financeira do projeto. Esses contratempos podem prejudicar o planejamento e a construção do novo estádio.