A Liga dos Campeões está em sua reta final nesta temporada. Já nas semifinais, o maior torneio de Clubes da Europa conta com o segundo duelo da fase, nesta quarta-feira (27), quando Liverpool e Villarreal se enfrentarão, em Anfield, pela partida de ida. O confronto tem como protagonista uma das maiores ‘surpresas’ da competição nesta fase.
Tido como azarão, o Villarreal chegou às semifinais da Liga dos Campeões pela segunda vez em sua história. A primeira havia sido em 2006, quando a equipe guiada por Riquelme e Forlán parou no Arsenal e esteve a um passo da decisão. Desta vez, sob o comando do técnico Unai Emery, o Submarino Amarelo superou gigantes, como Juventus e Bayern, para estar nesta fase.
A história do Villarreal, que já conseguiu a façanha de ser semifinalista duas vezes neste século, é uma entre as muitas marcantes desde 2001. Nesta postagem, vamos relembrar os 10 maiores feitos de semifinalistas na Liga dos Campeões no século XXI – destacando quem não conseguiu chegar à decisão, mas fez história em suas respectivas temporadas.
Para isso, uma thread do Twitter, envolvendo o perfil “My Greatest 11” ajudou a relembrar quase todas essas equipes – e ficará disponível logo abaixo.
Confira 10 surpresas que chegaram às semifinais da Champions League:
1. Leeds United de 2000-01
Em um formato diferente do conhecido atualmente, o Leeds fez uma caminhada longa na Liga dos Campeões em 2000-01. Primeiro, passou por uma fase preliminar, e depois passou por duas fases de grupos até chegar ao mata-mata – antes, uma segunda fase de grupos existia no lugar das oitavas de final. Ao todo foram, oito vitórias, cinco empates e cinco derrotas no torneio.
Depois de ser vice-líder nos dois grupos que esteve, e avançar em ambas as ocasiões, o time inglês passou do Deportivo La Coruña nas quartas de final e foi eliminado pelo Valencia, que viria a perder a decisão para o Bayern. O time do Leeds, naquele ano, contou com destaques do futuro, como o zagueiro Rio Ferdinand, lenda do Manchester United; e o australiano Harry Kewell, que viria a vencer a Champions, pelo Liverpool, em 2005.
2. Deportivo La Coruña de 2003-04
Assim como o Leeds, a equipe espanhola começou a sua participação na fase preliminar, anterior aos grupos. Esta foi a primeira edição com apenas uma fase de grupos, a primeira com as oitavas de final incluídas. Vice-líder do Grupo C, que teve o Mônaco na ponta – e viria a ser finalista da competição -, o La Coruña tirou gigantes no decorrer do torneio.
Nas oitavas, duas vitórias sobre a Juventus; nas quartas, uma fantástica goleada por 4 a 0 sobre o Milan, na Espanha, fez reverter um 4 a 1 sofrido fora de casa, em uma das maiores viradas da Liga dos Campeões. Na semifinal, entretanto, a equipe espanhola foi batida pelo Porto de José Mourinho, que viria a vencer a competição e faturar todos os troféus possíveis na temporada.
A equipe do La Coruña, embora contasse com um time menos conhecido em relação aos nomes, tinha dois campeões mundiais na escalação: o volante Mauro Silva, àquela época já experiente, ganhou o mundo em 1994; enquanto Capdevila, lateral-esquerdo, viria a vencer a Copa em 2010, como titular na Espanha.
3. PSV de 2004-05
Mais um time a vir desde a fase preliminar, o PSV tirou o Estrela Vermelha e depois foi vice-líder em um grupo que tinha o Arsenal, de Henry e recém-campeão invicto da Premier League, na liderança. No mata-mata, uma dobradinha, tirando dois times franceses, levou a equipe de Eindhoven às semis: primeiro, eliminando o Mônaco; depois, o Lyon, à época com Juninho Pernambucano em destaque.
A equipe holandesa parou pelo caminho ao ser batida pelo Milan, de Carlo Ancelotti, nas semifinais. Mesmo vencendo em casa por 3 a 1, o PSV foi eliminado por conta do gol qualificado, já que perdeu na Itália por 2 a 0. Aquela equipe, treinada por Guus Hiddink, tinha o goleiro Gomes e o zagueiro Alex como representantes brasileiros no time titular, e nomes conhecidos, como os meio-campistas Phillip Cocu e Mark Van Bommel, ou os atacantes Jefferson Farfán e Park Ji-Sung.
4. Villarreal de 2005-06
Mais um oriundo das fases preliminares, o Submarino Amarelo pode surpreender quem só acreditava que o time havia chegado à semifinal agora. Naquela época, o time contava com muitos nomes conhecidos dos dias atuais, a começar pelo técnico Manuel Pellegrini, que depois comandou Real Madrid, Málaga e Manchester City. E emendou grandes vitórias naquela temporada.
Primeiro, batendo o Everton na fase preliminar. Depois, liderando um grupo com Benfica, Manchester United e Lille. Nas oitavas, o Rangers foi o superado da vez, com dois empates e classificação no gol qualificado; nas quartas, a Internazionale foi a vítima, após uma grande vitória do Villarreal na Espanha, por 1 a 0.
Na semifinal, o Arsenal frustrou as expectativas do time espanhol, que tinha muitos sul-americanos entre os titulares: os argentinos Gonzalo Rodríguez e Arruabarrena na defesa; o lateral Juan Pablo Sorín, ídolo do Cruzeiro; o brasileiro naturalizado espanhol Marcos Senna no meio; o lendário Juan Riquelme, ainda antes de voltar ao Boca Juniors; e o uruguaio Diego Forlán encabeçam a lista.
5. Schalke 04 de 2010-11
No último ano de Manuel Neuer na meta, a equipe alemã conseguiu chegar muito perto da decisão da Liga dos Campeões. Com uma equipe que trocou de técnico, primeiro com Felix Magath, e depois com Ralf Rangnick, a liderança na fase de grupos foi só o começo de uma campanha de muito destaque.
Na fase eliminatória, Valencia e Inter de Milão foram as vítimas do esquadrão azul. Com nomes de experiência, como o atacante Raúl, ex-Real Madrid, e o zagueiro Metzelder, finalista da Copa de 2002 com a Alemanha, mesclados a jogadores que viriam a fazer sucesso grande, como Neuer, Rakitic, Höwedes e Huntelaar, a eliminação para o Manchester United, na semifinal, foi um choque. Na ocasião, uma derrota por 2 a 0 na Alemanha, e outra por 4 a 1 na Inglaterra colocaram água no chope alemão.
6. Mônaco de 2016-17
Dono de um dos caminhos mais longos entre as equipes da lista, o time do Principado fez um ano mágico, se opondo à potência do país, que é o PSG. Além de ter sido campeão nacional, o time treinado por Leonardo Jardim, e com talentos como Kylian Mbappé, Bernardo Silva e Fabinho, passou por duas fases preliminares antes de chegar aos grupos.
Após eliminar Fenerbahçe e Villarreal, a equipe monegasca liderou o Grupo E, deixando para trás Bayer Leverkusen, Tottenham e CSKA Moscou. Nas oitavas, uma eliminação em dois jogos de muitos gols contra o Manchester City de Guardiola; nas quartas, quem ficou pelo caminho foi o Borussia Dortmund. Na semifinal, a eliminação para a Juventus veio com duas derrotas, para a Velha Senhora.
No período, o Mônaco se caracterizou por ser um time de alto poder ofensivo. Com a dupla de ataque formada por Mbappé e Falcao García, o time marcou 29 gols em 16 partidas e apresentou ao mundo um dos grandes atacantes da atual geração, no que foi a primeira temporada de Kylian Mbappé na Liga dos Campeões – a única dele no torneio pelo Mônaco.
7. Ajax de 2018-19
Exemplo recente de sucesso, e o último antes do Villarreal no formato de eliminação em dois jogos, a equipe holandesa encantou o mundo ao enfrentar desafios de todos os tipos. Primeiro, ao passar duas vezes nas fases preliminares, contra Standard de Liège e Dínamo de Kiev; depois, ao passar junto com o Bayern na fase de grupos, batendo o Benfica e o AEK Atenas.
Na fase eliminatória é que vieram as maiores surpresas: primeiro, ao eliminar o Real Madrid, que era o atual tricampeão consecutivo, com uma goleada no Santiago Bernabéu; depois, ao deixar a Juventus de Cristiano Ronaldo pelo caminho, com uma vitória em Turim. Na semifinal, entretanto, uma derrota surpreendente para o Tottenham, com hat-trick de Lucas Moura, deixou os holandeses pelo caminho.
Treinada por Erik Ten Hag, que estará no Manchester United na próxima temporada, a equipe de Amsterdã levou grandes nomes a outros times do continente nos anos seguintes: o volante Frenkie De Jong, hoje no Barcelona; o meia Hakim Ziyech, agora no Chelsea; o meia Donny Van De Beek, no Manchester United; e o zagueiro Matthijs De Ligt, na Juventus, são os maiores exemplos.
8. RB Leipzig de 2019-20
Único projeto da Red Bull entre as cinco grandes ligas da Europa, o Leipzig conseguiu seu maior voo na Liga dos Campeões em uma temporada marcada pela pandemia, com jogos únicos na fase eliminatória. Líder do Grupo G, que também teve o Lyon passando – outro semifinalista -, a equipe alemã bateu equipes que vinham em crescimento.
Nas oitavas de final, duas vitórias sobre o Tottenham de José Mourinho, que havia sido vice-campeão europeu na temporada anterior – com Pochettino. Nas quartas, já em formato de jogo único, uma grande vitória sobre o Atlético de Madrid. Na semifinal, entretanto, o conjunto treinado por Julian Nagelsmann não foi páreo para o PSG de Neymar, Mbappé e Di María, e ficou pelo caminho, após perder por 3 a 0.
Antes marcado pela grande temporada de Timo Werner, que deixou o time com a pausa da pandemia, em março de 2020, o time ganhou força com outros nomes, que marcaram o time em anos seguidos: Sabitzer, Forsberg, Poulsen, Upamecano e Angeliño são alguns deles.
9. Lyon de 2019-20
Vice-líder do grupo com o RB Leipzig, a equipe francesa mudou bastante o rumo durante a temporada. Se o começo ruim, com Sylvinho no comando técnico, foi rapidamente superado após a chegada do francês Rudi Garcia, a situação no time também apresentou nomes importantes: o brasileiro Bruno Guimarães, que chegou em janeiro de 2020, foi um deles.
Na fase eliminatória, o Lyon bateu a Juventus, com uma grande vitória na França, e tirou o time de Cristiano Ronaldo da competição nas oitavas. Nas quartas, uma vitória em jogo único, diante do Manchester City, colocou o time adiante. Na semifinal, com derrota para o Bayern de Munique, por 3 a 0, o time francês viu o seu algoz avançar e ser o único campeão com 100% de aproveitamento neste século.
10. Villarreal de 2021-22
Surpresa desta edição da Liga dos Campeões, o Submarino Amarelo defende a condição de atual campeão da Liga Europa, na qual bateu o Manchester United, na decisão por pênaltis que chegou até aos goleiros. Se o técnico Unai Emery é conhecido pelos títulos na Liga Europa, agora a fama pode fazer valer um patamar acima.
Sem tantos nomes de alta fama na Europa, o Villarreal conseguiu chegar às semifinais com uma equipe equilibrada e um elenco numeroso: alguns destaques como o atacante Gerard Moreno, o meio-campista Dani Parejo e o zagueiro Pau Torres, todos da seleção espanhola, guiam o time. A chegada do meio-campista Lo Celso e do atacante Danjuma melhoraram a equipe.
Na atual edição, o Villarreal passou em segundo lugar no Grupo F, atrás do Manchester United. Nas oitavas de final, deixou a Juventus pelo caminho após uma grande vitória, por 3 a 0, em Turim. Na fase seguinte, foi a vez de tirar o Bayern, com um triunfo por 1 a 0 na Espanha e um empate por 1 a 1 em Munique.
