Um dos jogadores mais consistentes do Botafogo sob o comando do técnico Luís Castro, Tchê Tchê fez revelações pessoais surpreendentes nesta sexta-feira (9). O volante escreveu ao portal The Players Tribune, especializado em relatos de atletas em primeira pessoa, sobre um quadro de depressão que desenvolveu em 2019, quando ainda atuava pelo São Paulo, e destrinchou as fases de descoberta e recuperação.

Jorge Rodrigues/AGIF - Titular de Luís Castro revela ter vivido quadro de depressão
Jorge Rodrigues/AGIF - Titular de Luís Castro revela ter vivido quadro de depressão

“Começou com uma dor de estômago. Fiz uma endoscopia e os médicos viram que estava tudo vermelho, bem mal (…). Na sequência foi chegando uma tristeza esquisita, meio fora de hora e de lugar”, comentou Tchê Tchê, que também teve momentos conturbados no Morumbi posteriormente. No Brasileiro de 2020, o então técnico do São Paulo, Fernando Diniz, o chamou de “perninha" e “mascaradinho”, o que viralizou nas redes sociais.

“Eu levantava de manhã pra ir treinar, mas não tinha vontade. Nem de treinar, nem de jogar, tá ligado? Fui ficando sem ânimo pra fazer as coisas, não queria sair de casa. O sofá e o colchão da cama me sugavam como se fossem areia movediça. Eu só afundava e chorava. Chorava o tempo todo”, continuou o meio-campista botafoguense, que também compartilhou seu pedido por ajuda e o processo de recuperação.

“Agora no Botafogo, sou de novo a melhor versão de mim. Sei disso porque cheguei com sede de aprender, de me tornar um jogador mais completo, de continuar sendo o cara que carrega o piano pros companheiros tocarem. O guerreirinho de sempre, que, se precisar, vai correr pelos outros”, completou. Aos 30 anos e desde abril na equipe, Tchê Tchê tem 17 jogos no Brasileirão pelo Fogão, 16 como titular.