O Azuriz-PR é uma das surpresas da Copa do Brasil nesta temporada, a equipe trouxe o olhar do público apaixonado pelo futebol para si após superar Botafogo-SP e o Mirassol e se garantir terceira fase do torneio em sua primeira participação na história. Nesta etapa a equipe enfrenta o Bahia, e já mostrou o seu potencial após empatar em 0x0 com o clube baiano no jogo de ida na Arena Fonte Nova, em Salvador, um resultado positivo que mantém viva a esperança de classificação para a próxima fase. As equipes voltam a se enfrentar nesta terça-feira (10), às 20h30, no Estádio Os Pioneiros.
Com o desempenho histórico, o Azuriz se tornou sensação no torneio nacional e aguçou a curiosidade de muitos sobre a história da equipe. O time de Pato Branco, Paraná, foi fundado em 2018 como clube-empresa e tem como investidor ninguém menos que o lateral-esquerdo do Real Madrid, Marcelo. Apadrinhada pelo lateral, a equipe tem como objetivo se tornar o maior clube formador do Brasil e, apesar de não ter presença no dia a dia do clube, o atleta participa de pré eleições através de vídeos e em momentos decisivos como este em que a equipe vive.
A equipe já conquistou R$ 3,2 milhões em premiações e o técnico Fabiano Daitx em entrevista ao GE comemorou o momento da equipe. “Momento único. Um clube com quatro anos de história já conseguir o que a gente está vivendo é incrível. A dificuldade da gente chegar até aqui é imensa. É o momento de continuar sonhando para passar mais uma fase”, disse o técnico do Azuriz, via assessoria de imprensa.
Em entrevista ao ESPN, Robson Ramos, presidente do clube, revelou como é a relação com Marcelo. “Ele foi o segundo investidor do clube depois que fui até Madri e apresentei o projeto. A gente sabe que ele ainda está na ativa, mas sempre que possível manda mensagem ou liga para nós. Dentro das possibilidades, sempre está em contato. Para esse jogo do Bahia, vamos ligar para ele (risos). O Marcelo teve uma semana repleta de conquistas: venceu LaLiga e está na final da Champions League”, disse Robson Ramos.
Com pouco mais de quatro anos de criação, o clube iniciou formando atletas na base e rapidamente se tornou uma equipe profissional e com dois acessos seguidos saiu da terceira divisão para a elite do campeonato paranaense. A Gralha-azul conquistou a vaga na Copa do Brasil e na Série D do Brasileirão deste ano após ter ficado na quinta colocação do paranaense na temporada passada. Um desempenho que não se repetiu este ano, quando a equipe ficou apenas na 10ª colocação no Estadual, se livrando do rebaixamento por apenas quatro pontos e uma posição.
O presidente do clube comentou o potencial da região para formar talentos e apontou um dos fatores que levaram o projeto a conquistar o sucesso. “Essa é uma região que não tem tanta concorrência e é muito forte do futsal. Estamos estrategicamente localizados aqui para captar esses talentos”, explicou Ramos.
Um outro detalhe que chama atenção é a grande estrutura da equipe. O Azuriz possui cinco campos, alojamento que comporta 64 atletas, restaurante, além de departamentos médico, nutricional, de psicologia, de pedagogia e assistência social. “Com a verba da Copa do Brasil nós fizemos a parte de academia, odontologia e fisioterapia e um auditório. A gente conseguiu trazer atletas que desejam ir para clubes maiores. Eles sabem que aqui terão ótimas condições de trabalho”, contou.
Enquanto clubes que disputam a Copa do Brasil tem folhas salariais astronômicas como Flamengo (aprox.R$ 36 milhões), Palmeiras (aprox. R$ 32 milhões) e Corinthians (aprox. R$ 23 milhões), o Azuriz tem um custo modesto com os seus jogadores, a folha de pagamento e ajuda de moradia gira em torno de R$ 220 mil.
Com uma folha mais enxuta, um detalhe importante foi destacado pelo presidente, os jogadores recebem seus rendimentos sem atrasos. “Nosso projeto é a longo prazo e sabemos que vai demorar um tempo para que possamos ser auto sustentáveis. Nós procuramos cumprir o planejamento à risca pra que os investidores saiam satisfeitos”, afirmou Ramos.
Além da classificação para a próxima fase da Copa do Brasil, o clube de Pato Branco sonha em conseguir o acesso no Brasileirão. “Queremos ser um dos principais clubes de formação do país. E no time profissional queremos tentar chegar num Série A ou Série B para que possamos ser auto sustentável. A gente sabe que demanda tempo para que isso aconteça e criar uma geração de torcedores na região. Queremos sempre brigar em todas as competições e subindo de divisões”, disse.
