Nove meses depois de ser campeão olímpico com a Seleção Brasileira em Tóquio, o técnico André Jardine vive um novo grande momento em sua carreira. Após 14 jogos à frente do Atlético de San Luis, o treinador celebra a inédita classificação de sua equipe para a Liguilla, como são chamados os playoffs do Campeonato Mexicano a partir das quartas-de-final. Esta já é a melhor campanha da história do clube da cidade de San Luis Potosí, no centro do país.
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“Estar entre os oito melhores times do México é um feito fantástico”, reconhece Jardine. “É claro que tínhamos primeiro que cumprir o objetivo de sair do fundo da tabela e evitar pagar a multa, mas desde meu primeiro dia aqui, me surpreendi com a forma com que o elenco entendeu meu modo de trabalhar e mostrou ambição para buscar coisas grandes e fazer história pelo clube”.
Para chegar à Liguilla, o San Luis fechou a primeira fase do Torneio Clausura na 10ª posição e se classificou para a chamada repescagem: em jogo único, visitou o poderoso pentacampeão Monterrey, dono do elenco mais caro do futebol mexicano, na noite do último sábado. Com gols do venezuelano Jhon Murillo e do uruguaio Facundo Waller, os potosinos empataram por 2 a 2 no tempo normal, antes de se classificarem nos pênaltis, calando o Estádio Gigante de Acero.
“Mais uma vez mostramos que temos como bater de frente com os gigantes. Estou muito orgulhoso da equipe”, elogia Jardine, que já havia vencido os Rayados fora de casa na primeira fase do Clausura, além de derrotar também outros grandes como Pumas, América e Cruz Azul. O bom futebol e as façanhas surpreendentes para um clube de orçamento bastante modesto, aliás, têm gerado um frenesi entre a torcida e a imprensa mexicana, que batizaram seu time de “La Jardineta”.
Franquia do Atlético de Madrid-ESP, o San Luis disputa a principal liga mexicana desde 2019 e sua melhor colocação até então havia sido um 12º lugar no Torneio Apertura de 2020. Já garantido entre os oito melhores desta temporada, André Jardine espera chegar ainda mais longe com seus comandados, que nas quartas de final encaram o Pachuca, líder isolado da primeira fase e apontado como um dos principais favoritos ao título.
Foto: Cesar Gomez/Jam Media/Getty Images | Jardine assumiu a equipe em fevereiro deste ano
“Não chegamos à Liguilla por acaso. Temos nossas armas e confiamos que podemos ir mais longe”, ressalta o treinador. A partir desta fase, haverá jogos de ida e volta, e o fator casa tem sido um dos trunfos de sua equipe, que não apenas encerrou neste campeonato um jejum de cinco meses sem vencer como mandante como também engatou uma sequência de quatro vitórias no Estádio Alfonso Lastras. “Nós, os jogadores e a torcida acreditamos na classificação, e vamos todos trabalhar por mais”, reforça.
Jardine se desligou da Seleção Brasileira em fevereiro deste ano para assumir o Atlético de San Luis, que havia perdido seus três primeiros jogos do Clausura e, ainda sem pontuar, amargava a lanterna da Liga MX. Pouco mais de três meses depois do início do trabalho, o cenário é de festa na cidade, com uma classificação inédita e muita esperança dos torcedores com a equipe, que está a apenas seis jogos de um título outrora considerado impossível.