A preparação para a Copa do Mundo teve estágios diferentes para os participantes do torneio. Com alguns já confirmados desde o ano passado, a abertura de 2022 serviu para ajustar alguns pontos e até dar sequência para atletas que não ganharam tanto tempo em campo; para quem precisou decidir a vaga neste ano, foi o momento de fortalecer o time titular.

Jogadores da Dinamarca comemoram classificação na Eurocopa
© Tolga Bozoglu/Pool Getty ImagesJogadores da Dinamarca comemoram classificação na Eurocopa

Em grande momento neste ciclo, a Dinamarca teve o privilégio de estar entre quem garantiu a ida ao Catar de forma bastante antecipada. A seleção nórdica foi a primeira da Europa a confirmar o acesso ao Mundial, junto com a Alemanha, ainda em outubro do ano passado, ao emendar uma impressionante série de nove vitórias seguidas nas Eliminatórias.

Embora o grupo da Dinamarca no processo eliminatório não tenha sugerido muita competitividade, a equipe é forte e provou isso em outros pontos do ciclo entre 2018 e 2022. Para chegar ao Catar, a seleção treinada por Kasper Hjulmand desde agosto de 2020, liderou o Grupo F, que também contou com Escócia, Israel, Áustria, Ilhas Faroe e Moldávia; foram 30 gols marcados e três sofridos em 10 jogos, com nove vitórias e uma derrota.

Torneios de maior exigência

Nos torneios que antecederam o processo classificatório, os dinamarqueses tiveram desafios maiores - ainda sob o comando do técnico Age Hareide, que esteve à frente da equipe no Mundial de 2018, na Rússia. Na Eurocopa, que aconteceu entre junho e julho do ano passado, e ficou marcada pelo problema cardíaco de Eriksen, a Dinamarca foi semifinalista. 

Começou com derrota para a Finlândia, mas passou em segundo lugar no Grupo B, atrás da Bélgica, e se destacou no mata-mata, eliminando País de Gales nas oitavas e República Tcheca nas quartas de final. Na semi, entretanto, a Dinamarca foi batida pela Inglaterra por 2 a 1, na prorrogação, em um jogo com pênalti polêmico sobre Sterling.

No Mundial do Catar, a Dinamarca tem potencial para ser a grande surpresa da competição. Desta vez, eles estarão no Grupo D, praticamente repetindo os enfrentamentos do torneio anterior, com França e Austrália como adversários repetidos de 2018, além da Tunísia. 

Ciclo passado e projeção para o Catar

Na edição passada, os dinamarqueses pararam nas oitavas de final, após serem eliminados nos pênaltis para a Croácia, em jogo histórico do goleiro Kasper Schmeichel, determinante para sustentar o empate. Em 2022, há a possibilidade de ir além. Caso avance de fase, a Dinamarca pegará alguma equipe do Grupo C nas oitavas de final, que conta com Argentina, México, Polônia e Arábia Saudita.

No momento, a Dinamarca vive uma fase de ascensão. Com a volta do meia Christian Eriksen, recuperado do susto na Eurocopa, e agora jogador do Manchester United, como grande referência, o time traz sua melhor geração desde a equipe da Copa de 1998, quando caiu diante do Brasil, nas quartas de final daquele ano.

Nomes como os do goleiro Kasper Schmeichel, do Leicester, e que deve se transferir ao Nice, da França; dos zagueiros Simon Kjaer (Milan) e Andreas Christensen (Barcelona); do lateral Joakim Maehle (Atalanta); dos meio-campistas Pierre-Émile Hojbjerg (Tottenham) e Thomas Delaney (Sevilla); e dos atacantes Mikkel Damsgaard (Sampdoria), Martin Braithwaite (Barcelona, que deve trocar de clube) e Kasper Dolberg (Nice) são os de maior destaque nos anos recentes da seleção.

10ª colocada no ranking mais atual da FIFA - entenda como ele funciona aqui, a Dinamarca está à frente de seleções fortes, como Alemanha, Uruguai e Croácia. No ciclo entre as Copas, bateu, inclusive, os adversários europeus que o Brasil terá: Suíça (por 1 a 0, em 2019) e Sérvia (por 3 a 0, em 2022) - e também venceu Inglaterra e França no período.

Se, em 2018, muito se falou e até mesmo se gerou em surpresa com a Bélgica “batendo os rótulos” e chegando ao terceiro lugar, em 2022 é possível que a Dinamarca faça um grande torneio, com o momento de ápice dos seus grandes jogadores. 

Números da Dinamarca no ciclo 2018-2022 até o momento:

48 jogos - 30 vitórias, 9 empates e 9 derrotas (68,75% de aproveitamento)
105 gols marcados e 37 gols sofridos

Eliminatórias para a Copa do Mundo: Líder do grupo, com 9 vitórias e 1 derrota em 10 jogos - primeira seleção europeia a se garantir na Copa do Mundo

Eliminatórias para a Eurocopa: Vice-líder do grupo, com 4 vitórias e 4 empates em 8 jogos 

Eurocopa 2021: Semifinalista, após ser vice-líder no grupo; eliminou Gales e República Tcheca, mas parou na Inglaterra

Nations League: 2 vezes parou na fase de grupos; na atual, lidera o grupo com França, Croácia e Áustria