O ano de 2019 foi um dos piores, se não o pior, de toda a história do Cruzeiro. Muitos jogadores que fizeram histórias e foram importantes para o Clube, depois daquele ano tiveram mudança de relação e de tratamento com a torcida cruzeirense. Um deles foi o volante Henrique, que é um dos atletas com mais jogos na história da Raposa, mas depois daquele ano viu sua relação com parte da torcida mudar.
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Em carta publicada ao “The Players Tribune”, Henrique comentou sobre o ano de 2019 e todos os problemas que a Raposa enfrentou naquela temporada. Ele fez uma revelação e deu uma declaração polêmica detonando alguns atletas daquele elenco. O medalhãorelembrou uma derrota do time para o Grêmio, em que jogadores não se mostraram descontentes em ser goleados dentro de casa.
“O futebol é um elástico. Você tem de manter ele esticado o tempo todo. Se afrouxar, pelo menor tempo que seja, você perde a força e aí o risco é grande, porque é necessário gastar muita energia até esticar de novo. Foi o que aconteceu. O Cruzeiro afrouxou o elástico dentro e fora de campo. Em mais de 10 anos, eu nunca tinha tido salário atrasado, por exemplo. O Cruzeiro era um clube bem estruturado, mas, de repente, estava muito fragilizado e sem forças para reagir”, relatou o ex-capitão celeste.
Foto: Vinnicius Silva / Flickr Cruzeiro – Henrique relembra ano de rebaixamento do Cruzeiro
“Dentro de campo, nunca vi tanta falta de compromisso por parte de alguns atletas. Lembro do dia em que perdemos de 4 a 1 para o Grêmio, em pleno Independência. No fim do jogo, eu estava morrendo de raiva por dentro, mas tinha jogador do nosso time dando risada com os adversários, num clima tranquilo, como se a gente tivesse vencido a partida. Aquilo foi muito decepcionante.Trocar camisa, cumprimentar um ex-companheiro que está do outro lado? Beleza, isso é normal. Mas levar de 4 a 1 em casa e os caras saírem dando risada? Aí eu não podia aceitar”, revelou Henrique.
“Confesso que perdi a calma em várias ocasiões. Sei que o capitão do time precisa ser político, fechar os olhos para algumas coisas. Porém, eu estava no meu limite. Fui pro embate, confrontava outros jogadores, e acabei absorvendo para mim toda a carga negativa dos maus resultados. Foi um ano tão desgastante que dessa vez, no jogo do rebaixamento, nem consegui esperar chegar no vestiário. Comecei a chorar em campo mesmo, de tanta tristeza e revolta. A torcida do Cruzeiro não merecia isso”, concluiu o medalhão.