O Projeto Impulso foi aprovado e confirmado em assembleia na última sexta-feira (10), de acordo com o fundo de private equity (investimento em empresas consolidadas) CVC com La Liga. Apesar de o martelo ter sido batido sobre o tema, três clubes não apenas votaram contra a negociação, mas adotaram mediadas legais contra a iniciativa da liga de futebol espanhol. Real Madrid, Barcelona e Athletic Bilbao afirmaram em nota que a parceria pode causar danos irreparáveis ao futebol da Espanha.
- Palmeiras empata com o Cruzeiro em 1 a 1 e é campeão brasileiro
- Em despedida de Fábio Santos, Inter bate Corinthians por 2 a 1
“Athletic Club, o FC Barcelona e o Real Madrid CF informam que entraram com uma ação judicial contra os acordos adoptados pela Assembleia da La Liga, no passado dia 10 de Dezembro, e que aprovou o chamado Projeto Impulso que a La Liga pretende realizar com o fundo de capital de risco CVC, considerando tratar-se de uma transação ilegal que causa danos irreparáveis a todo o sector do futebol espanhol e viola de forma flagrante os princípios mais elementares do direito desportivo espanhol e os estatutos de La Liga.”, informaram os dirigentes em nota.
Com a crise financeira causada pela covid-19, muitos clubes vêm sofrendo os impactos, acumulando dividas e deixando de conquistar receita desde que a pandemia começou. Diante desse quadro, o CVC, liderado por Javier Tebas, CEO de La Liga, chegaria em tese para defender os interesses de todos os clubes da liga, apesar disso a parceria não obteve unanimidade e obteve, ao todo, aprovação de 37 dos 42 clubes. Além de Real Madrid, Barcelona e Athletic Bilbao, o Ibiza, da segunda divisão, também foi contra, Real Oviedo se absteve.
Foto: Carlos Alvarez / Getty Images | Javier Tebas, Presidente da La Liga, liderou a parceria com a CVC
A princípio, o CVC iria aportar 2,7 bilhões de euros e receberia 10% sobre as receitas futuras da La Liga, comerciais e de transmissão, por um período pré-determinado de 50 anos. Porém, como não houve entendimento, o fundo deve investir 2 bilhões de euros para comprar 8,25% das receitas futuras de todos os clubes, menos de Real Madrid, Barcelona e Athletic Bilbao.
A utilização do dinheiro deverá seguir algumas regras, tais como 70% dele será aplicado em investimentos de infraestrutura, internacionalização e digitalização; 15% deverão ser usados para refinanciar dívidas; e 15% ficarão livres para contratação de novos jogadores. Tebas e parte dos dirigentes acreditam que mesmo sacrificando parte das receitas futuras da liga espanhola, o dinheiro aportado hoje pode acelerar o crescimento do futebol espanhol.