O racismo no futebol é um problema atemporal. Na atual temporada, o assunto ficou ainda mais evidente por conta de casos frequentes envolvendo ações discriminatórias por parte de torcedores estrangeiros em jogos contra equipes brasileiras na Copa Libertadores, válidas pela competição neste ano.
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A situação, bastante incômoda, tem sido comentada e criticada por Clubes brasileiros, e chegou à tona a um nome impactante nesse assunto. Ex-atacante do São Paulo, campeão da Libertadores em 2005, e agora comentarista do SporTV,Grafite deixou sua opinião sobre o assunto, sem se omitir. Ele sofreu injúria racial por parte do jogador Leandro Desábato, na época do Quilmes-ARG, na competição.
Para Grafite, a situação do racismo segue ocorrendo porque nada efetivo é feito para punir os infratores. Além disso, há a crítica por conta de a maioria dos dirigentes no futebol serem brancos. Para o ex-jogador da Seleção Brasileira e multicampeão por Clubes como São Paulo, Santa Cruz e Wolfsburg, isso aumenta a conivência com um problema sério.
“A Fifa e a Uefa têm ações mais contundentes onde os casos (de racismo) ocorrem, mas não com tanta frequência. Tem casos de que a gente nem tem conhecimento. Além disso, entre os dirigentes, a grande maioria é branca. Jamais vão se sensibilizar por uma situação que não sentiram na pele. Não tem técnico negro, não tem dirigente negro. A gente fica de mãos atadas. A gente fica à mercê de essas pessoas se sensibilizarem”, relatou o ex-jogador à Folha de S. Paulo.
Além disso, Grafite destacou a importância de ter voz ativa nesse tipo de situação.
“Eu me sinto incomodado de falar sobre isso porque não deveríamos estar falando sobre isso em 2022. Eu me sinto incomodado, mas tenho o dever de falar, pelo palanque que eu tenho para falar. Eu me sinto obrigado a ser a voz daquelas pessoas que não têm conhecimento das coisas e sofrem com o racismo”, destaca Grafa.