No intervalo entre Atlético-MG e Caldense pelo Campeonato Mineiro, o Galo apresentou oficialmente a equipe feminina para a temporada 2020, junto a Diego Tardelli no Mineirão. Durante o ato, o "Galo Doido", pediu para que a jogadora Vitória Calhau, zagueira do time feminino desse a tradicional "voltinha".

Mascote faz Vitória Calhau dar uma voltinha durante a apresentação no Mineirão / Foto: reprodução/vídeo
Mascote faz Vitória Calhau dar uma voltinha durante a apresentação no Mineirão / Foto: reprodução/vídeo
 

A atitude causou revolta nas redes sociais, a iniciativa do mascote do Galo foi duramente criticada pelo apresentador André Rizek no programa Troca de Passes, do SporTV, que qualificou a atitude como uma "vergonha". "O mascote adotou algo que é tudo o que uma jogadora não quer. É o "dar uma voltinha", o "vem cá". Sério, que cena, que vergonha alheia. Que vergonha. Tudo o que uma mulher não quer hoje tem nessa cena. A mulher quer ser reconhecida por ser uma boa jogadora e não por ser bonita ou ter uma curva assim ou assado.", afirmou Rizek.

 

 

Casos como este, lamentavelmente são frequentes  no futebol brasileiro. De acordo com informação do Globoesporte.com, em 2016 o clube também foi alvo de uma polêmica durante a apresentação do novo uniforme, no qual mulheres vestiam apenas uma peca de roupa, junto ao biquíni. A camiseta nessa ocasião ademais, continha a frase "dê à sua mulher", e foi denunciado como um ato machista e sexista pelos torcedores. A reportagem também remarcou que seis jogadoras do time feminino do clube trabalharam como gandulas no último jogo contra o Tupynambás, situação improvável, no caso de jogadores homens. 

Atos de desrespeito as mulheres e gritos homofóbicos, vem ocupando os debates esportivos no país. Logo do sucedido, o Atlético-MG em nota lamentou o episódio e repudiou o comportamento do funcionário, que foi afastado. No entanto, cabe refletir sobre a naturalização de atitudes como esta, onde o preconceito e os comentários sexistas  tentam desvalorizar as conquistas das mulheres para transformá-las em objetos sexuais, em um lugar secundário no mundo do esporte, dominado principalmente por homens. A famosa "voltinha" representa como afirmou Rizek, tudo que as jogadoras e as mulheres não querem na nossa sociedade.