Visando a temporada 2021, o Palmeiras está atento ao mercado. Uma das prioridades do técnico Abel Ferreira é reforçar o ataque e um jogador versátil foi pedido à direção. Tanto que um dos problemas principalmente no Mundial de Clubes foi a falta de alternativas para o setor, já que Gabriel Veron e Wesley vinham de lesão, enquanto que Breno Lopes estava impossibilitado por questões contratuais.

Eventual saída de Lucas Lima alivia folha do Palmeiras para contratar Borré, do River
© CESAR GRECOEventual saída de Lucas Lima alivia folha do Palmeiras para contratar Borré, do River

Se na semana passada o nome de Diego Costa foi totalmente descartado pelo fator financeiro, o Palmeiras agora procura uma opção mais acessível e conhecida do torcedor. O jornalista Fabrício Crepaldi, do GloboEsporte.com, traz a informação de Rafael Santos Borré, camisa 9 do River Plate, agrada a Abel. De acordo com a apuração, o diretor Anderson Barros buscou informações iniciais na tentativa de viabilizar uma negociação, mas a situação para contratá-lo não é simples.

Borré tem contrato com o River Plate até o fim de junho e estaria livre somente a partir de julho para vir sem custos. O problema é que o chamado "passe", os direitos econômicos do atacante de 25 anos são divididos entre o River (50%) e o Atlético de Madrid (50%). Se os Millonarios quiserem renovar o vínculo, obrigatoriamente teriam de comprar pelo menos 25% da parte correspondente ao clube espanhol, avaliados em cerca de 3,5 milhões de euros (cerca de R$ 22,7 milhões na cotação atual).

Ou seja, para ter Borré já no início da temporada 2021 - em março -, o Palmeiras teria que bancar uma quantia que não é baixa. Mesmo que a Crefisa de Leila Pereira possa dar uma "ajudinha" bem-vinda, a política de Maurício Galiotte é evitar "loucuras" financeiras neste ano, mesmo com os cofres reabastecidos pelas conquistas da Libertadores e do Paulistão, além da Copa do Brasil e da Recopa Sul-Americana. 

Uma alternativa para tornar as tratativas por Borré viáveis seria uma diminuição na folha salarial. E quando se fala em salários, o Palmeiras vê em Lucas Lima um investimento controverso. Contratado a peso de ouro no fim de 2017, o meia nunca conseguiu ser titular absoluto. Sua irregularidade já torrou a paciência dos palestrinos, assim como a de Abel, que não utilizou o camisa 20 em nenhuma partida do Mundial, por exemplo. 

Lucas tem contrato no Palmeiras até dezembro de 2022 e seus vencimentos - contando luvas, impostos e outros detalhes - giram em torno dos R$ 950 mil mensais. Como há ainda 23 meses (contando fevereiro) de pagamentos em dia, o meia teria a receber mais de R$ 21,8 milhões, quase a quantia exata para comprar metade dos direitos de Borré junto ao Atlético de Madrid. 

Será que alguém vai dizer isso a Anderson Barros? Vale lembrar que Lucas Lima recebeu sondagens do Fenerbahçe, da Turquia, e de clubes do mundo árabe em 2020, porém o Palmeiras oficialmente nega propostas. O clube não se fecha para negociações, desde que os valores sejam interessantes, principalmente dado o custo-benefício da sua contratação. 

Para se ter uma ideia, Lucas marcou apenas nove gols e deu 16 assistências em 153 partidas pelo Palmeiras nos três anos de clube. Por sua vez, Borré marcou 47 gols desde que chegou, em 2016. É o maior artilheiro da era Marcelo Gallardo no Monumental de Nuñez.