O final de semana foi de tomada de decisões importantes no Cruzeiro. A derrota para o modesto Coimbra, pelo placar de 1×0, no Independência, foi a gota d’água para o trabalho do técnico Adilson Batista, que acabou demitido ainda no vestiário. Além do treinador, o momento ruim também afetou o agora ex-diretor de futebol Ocimar Bolicenho, que perdeu seu emprego no clube.

Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro/Divulgação
Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro/Divulgação

Assim como Adilson, ainda no final de semana, o dirigente deixa o Cruzeiro dando fortes declarações.Em entrevista publicada na tarde desta segunda-feira (16) pelo site Superesportes, Bolicenho criticou o Conselho Gestor, grupo responsável por administrar o clube, e lamentou não ter saído antes, junto comPedro Lourenço, dono do Supermercados BH e principal patrocinador da Raposa.

Bolicenho: demitido no final de semana (Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro/Divulgação)

Bolicenho: demitido no final de semana (Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro/Divulgação)

Se eu tivesse conhecimento sobre quem eram as pessoas (do Conselho Gestor),teria saído junto com o Pedro, lá no início. Seria melhor ter evitado todo esse processo desgastante. Mas eunão tomei a decisão naquele momento porque seria uma decisão tomada com a opinião dos outros”, disse Bolicenho, que apontou o principal erro do conselho, que foi prometer à torcida uma campanha boa no Campeonato Mineiro, logo no início da temporada.

Primeiro, eu não prometeria nada no Estadual. Teria dito que seria um laboratório. Mas precisa de peito para dizer isso. Evidentemente, a torcida não aceitaria. Mas é a realidade do Cruzeiro, que precisa ser entendida.Com o time que tem, nas condições que tem, fez até bastante(está na 5ª posição, fora da zona de classificação)”, adicionou o dirigente.

Bolicenho ainda abriu o jogo sobre as movimentações do Cruzeiro no mercado da bola e afirmou que o Conselho Gestor atrapalhou em negociações. O ex-diretor revelou, inclusive, os muitos “palpites” do grupo impedirama chegada de atletas como Berrío, do Flamengo.“Faltou autonomia.Na verdade, tive zero autonomia, especialmente depois da saída do Pedro”, falou.

“Todas as ações tinham que passar pelo crivo de todos os gestores. Com muito palpite, a negociação não anda.Tínhamos as tratativas com o Berrío, do Flamengo. Mas como que você decide as questões do negócio sem autonomia? Sempre tem que colocar para apreciação. Aí, obviamente, a coisa não vai andar mesmo. Deixamos de trazer outros também”, completou Bolicenho.