O São Paulo não se encontra em um bom momento financeiro e busca criatividade em tempos de crise. Em 2019, o clube fechou o ano com um déficit de R$ 156 milhões. Uma parte do valor equivale a dívidas antigas, como o pagamento de Ricardinho, do Corinthians, em 2002, com o custo de R$ 30 milhões. A outra fatia é explicada pelo fato de o Tricolor Paulistanão ter vendindo um jogador na última temporada, atitude que deverá ser tomada em breve.

Rubens Chiri/São Paulo FC/Divulgação
Rubens Chiri/São Paulo FC/Divulgação

Durante participação no programa “Bola da Vez”, dos canais ESPN, ogerente executivo de futebol, Alexandre Pássaro, explicou os problemas enfrentados pelo São Paulo. “Praticamente metade disso é de acordos judiciais, não tem nada a ver com essa gestão, é de 2002, 2003, 2004, direitos de arena da época do tricampeonato brasileiro, que acabaram ficando altos demais”, disse.

Pássaro: “modelo Antony” agrada o Tricolor (Foto: Divulgação)

Pássaro: “modelo Antony” agrada o Tricolor (Foto: Divulgação)

A outra metade é a nossa decisão de naquele momento não vender um jogador que a gente poderia ter vendido. A gente entende que o balanço é importante, que o ano fecha em 31 de dezembro, mas a gente entende também que no dia 8 de janeiro os jogadores iriam se apresentar e no dia 18 a gente iria começar o campeonato. Então a gente preferiu acumular essa dívida até o dia que a gente vendeu o Antony, e esse valor praticamente explica essa metade. Foi uma decisão nossa pensando em benefício esportivo para o clube, o que a gente planejava para este ano era manutenção desse elenco”, adicionou.

O jovem Antony foi negociado com o Ajax, da Holanda, e poderá render mais de29 milhões de euros(R$ 158milhões, na conversão atual) ao clube. Deste montante,6 milhões de euros (cerca de R$ 32,7milhões) estão relacionados a metas que o atacante terá com a camisa do clube europeu. O modelo utilizado nas tratativas com os holandeses agradou o São Paulo, que agora quer repetir a dose em breve.

A apresentação de Antony no Ajax ocorrerá somente na próxima janela de transferências, no meio de ano. Segundo Pássaro,o São Paulo projeta negociar um novo atleta nos próximos meses, mas, visando não ter uma perda técnica na equipe de Fernando Diniz, almeja permanecer com o jogador por mais um tempo. Também negociado com a equipe da Holanda, David Neres é mais um exemplo a ser seguido.

“Acho que o Antony representa para a gente um caminho até o meio do ano, é possível que o São Paulo precise vender um jogador no meio do ano, para que a gente cubra um valor ou outro, mas isso não quer dizer que a gente vai largar o time. Isso quer dizer o contrário, que a gente vai tentar continuar buscando oportunidades como a do Antony, tentar vender antes, entregar depois, criar mecanismos em que a gente possa receber valores sem que necessariamente a gente venda algumjogador, como aconteceu com o David Neres“, destacou.

No meio do ano nós vamos precisar fazer algum movimento, com certeza com jogadores, talvez esse jogador saia no meio do ano, ou talvez a gente vá conseguir segurar esse jogador ou outro por mais tempo, mas a gente vai sempre buscar paralelamente a questão esportiva. O time não vai ser desmontado no meio do ano, como a gente viu antes”, completou Pássaro.