A Copa Libertadores da América de 2022 está apenas em sua terceira rodada e já registrou três casos de racismo nas arquibancadas dos estádios sul-americanos. Todos envolvendo as torcidas de equipes com enorme tradição no futebol da América do Sul. Torcedores de River Plate, Estudiantes e Boca Juniors proferiram insultos racistas, todos eles durante os jogos contra times brasileiros.
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Juntas, as três agremiações somam 14 títulos da Libertadores. No mais recente deles, o River bateu o Boca em final disputada em Madrid.Antes, o mesmo time, comandado por Marcelo Gallardo, havia levantado a Taça, em 2015. O Estudiantes venceu pela última vez em 2009, passando pelo Cruzeiro, no Mineirão. O Boca, por sua vez, ergueu seu último troféu em 2007, quando o lendário time comandado por Juan Román Riquelme, foi campeão em cima do Grêmio, no estádio Olímpico, antiga casa do Tricolor Gaúcho.
O River Plate chegou à final novamente em 2019, mas foi derrotado pelo Flamengo. Já o Boca Juniors, foi vice-campeão em 2012, perdendo para o Corinthians. Mas, se dentro de campo as equipes argentinas têm números bem positivos, nas arquibancadas não tem sido bem assim. A final entre Boca e River, por exemplo, foi transferida para Madrid, após sérias confusões envolvendo as torcidas rivais no jogo de ida da decisão, em La Bombonera.
Além de casos de violência – que também tem se repetido neste início de temporada no Brasil – as situações que têm sido cada vez mais recorrentes no futebol argentino são de insultos racistas. Somente na Copa Libertadores da atual temporada, já foram registrados três casos, antes mesmo do encerramento da terceira rodada. Todos oriundos de torcidas de clubes argentinos, dois protagonizados na Argentina e um no Brasil.
Foram três casos em menos de duas semanas. Primeiro, um torcedor – também sócio – do River – mostra e depois joga bananas em direção à torcida do Fortaleza. O episódio aconteceu noúltimo dia 13, forno Monumental de Núñez, quando os times se enfrentavam pela segunda rodada da competição. O Clube identificou o autor da atitude criminosa e o suspendeu por seis meses.
Mais duas situações lamentavelmente foramregistradas na noite desta terça-feira (26). O Red Bull Bragantino perdeu para o Estudiantes por 2 a 0, fora de casa. Mas o resultado em campo não foi o pior que os apoiadores do Massa Bruta presenciaram no estádio Jorge Luis Hirschi. Os brasileiros presentes em La Plata denunciaram terem sido alvos de gestos e insultos racistas, proferidos pela torcida local. Em vídeo gravado das arquibancadas, pode-se escutar gritos da palavra “mono”, que em português significa macaco, em direção aos torcedores do Braga.
No estádio argentino, nenhuma providência foi tomada. Diferente do que aconteceu em Itaquera, na partida entre Corinthians e Boca Juniors. Durante o embate, um torcedor do Boca, identificado como Leonardo Pozo, imitou um macaco se direcionando à torcida corintiana. Ele foi detido pela Polícia Militar e encaminhado à delegacia.
Foto: Reprodução / Twitter
Em seguida, recebeu suporte do consulado argentino, que, de acordo com a Folha de São Paulo, pagou a fiança de R$3 mil, para que ele fosse liberado. Depois, ainda posou ao lado de outro torcedor do Boca, em novo insulto racial. Ao lado de Ponzo, Nicolás Garay publicou uma foto em suas redes sociais, com a seguinte frase: “Aqui no paso nada”, ao lado do emoji de um macaco. Traduzida para o português, a expressão “nada aconteceu aqui”.