Há cerca de dois anos, em abril de 2018, o São Paulo anunciou oficialmente a contratação de Gonzalo Carneiro, tido como uma das promessas do futebol uruguaio. O atacante, então com 22 anos, assinou contrato até 31 de março de 2021, em uma negociação que custou cerca de 800 mil dólares (R$ 2,6 milhões, na conversão da época). O Tricolor adquiriu 50% dos direitos econômicos junto ao Defensor Sporting (URU).

Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net/Divulgação
Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net/Divulgação

A passagem pelo Morumbi, no entanto, não ficou nem perto do imaginado pela diretoria paulista. No ano de 2018, o uruguaio, que desembarcou no país ainda se recuperando de uma pubalgia, entrou em campo 15 vezes, balançando as redes em apenas uma oportunidade. Já na temporada seguinte, veio a notícia que o São Paulo não estava esperando.

Carneiro: um ano de punição já cumprido (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net/Divulgação)

Carneiro: um ano de punição já cumprido (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net/Divulgação)

Em outubro do ano passado, Carneiro foi suspenso por dois anos pelo Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD), em Brasília, pelo uso de benzoilecgonina, um metabólito da cocaína. O uruguaio testou positivo para um exame realizado no dia 16 de março de 2019, após a derrota para o Palmeiras, no Paulistão. A última vez que atuou foi em 14 de abril, na decisão do Estadual, contra o Corinthians. A suspensão começa a contar desde o dia do primeiro exame, o que faz com que o atacante já tenha cumprido um ano da pena.

O São Paulo acompanha a situação, mas não pode prestar assistência direta ao jogador, que está em seu país de origem. O futuro da carreira será tratado após o retorno ao Brasil. "A punição impede que a gente trate dele, é um obstáculo por regra. Ele está lá no Uruguai, mas acompanhamos todos os movimentos da coisa, a gente tem um advogado especialista acompanhando, o Lugano tem mais notícias, por ser uruguaio, a gente se oferece sempre para qualquer coisa, mas o nosso alcance é curto, quando acabar a suspensão a gente vê o que fazer", explicou o gerente executivo Alexandre Pássaro. 

Segundo o dirigente, Carneiro teve dificuldade de adaptação ao Brasil e apresentava sintomas de depressão. "Carneiro não tinha histórico (de uso de drogas), ele tinha a questão de ser um cara enraizado com a comunidade dele, estava sozinho aqui no Brasil, sem interação, não se enturmou com os outros jogadores, ele era muito solitário. Infelizmente ele teve essa fraqueza, que só descobrimos com o exame", completou Pássaro.