Risco real de rebaixamento
O Vasco da Gama enfrenta uma campanha decepcionante na Série A2 do Campeonato Brasileiro Feminino. Com apenas três pontos em quatro jogos, a equipe ocupa a vice-lanterna do Grupo B. A derrota por 3 a 1 para o Avaí, no último sábado (17), aprofundou a crise cruzmaltina. O time carioca venceu apenas uma partida até aqui e tem um saldo negativo de quatro gols. A classificação para a próxima fase parece distante.

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Na atual configuração da Série A2, apenas os dois melhores de cada grupo avançam à segunda fase, enquanto o último colocado de cada chave é rebaixado. O Vasco está apenas à frente do São José-SP, que ainda não pontuou. Restam três rodadas para o fim da primeira fase, e o Cruz-Maltino precisa reagir imediatamente. O risco de queda é real e compromete o trabalho feito em 2024, ano do acesso após a conquista da Série A3.
A torcida organizada “Cruzmaltinas 1923” divulgou um manifesto no domingo (18) cobrando a diretoria vascaína. As críticas foram direcionadas principalmente ao presidente Pedrinho, por promessas não cumpridas. “O Presidente do clube faz declarações prometendo investimento forte e logística incompatível com um time profissional”, diz o texto. As torcedoras também denunciaram as más condições de treino e a distância do CT atual em relação a São Januário.

Jogadoras Vasco. Foto: Marcos Junior/AGIF
Falta de estrutura pesa
O manifesto resgata o passado glorioso do futebol feminino vascaíno, lembrando que a primeira equipe foi criada em 1923. Nos anos 1990, as Meninas da Colina conquistaram quatro títulos brasileiros. O clube também foi berço de Marta, a maior jogadora da história, entre 2000 e 2002. Essa herança torna o momento atual ainda mais difícil de digerir para as torcedoras, que cobram maior seriedade com a modalidade.
Em julho de 2024, Pedrinho chegou a elogiar o trabalho da modalidade: “No futebol feminino, o trabalho tem sido realizado de forma séria, mas precisa de um investimento forte”. A fala, porém, contrasta com o atual cenário. A equipe treina longe, sofre com problemas logísticos e estrutura defasada. A cobrança é para que o discurso vire prática, respeitando a grandeza do Vasco também no futebol feminino.
Além dos resultados ruins, o que mais pesa são as condições em que as atletas vêm trabalhando. A distância entre a moradia das jogadoras e o local de treinamento, somada ao histórico de lesões, gera insegurança. A falta de investimento adequado e de um planejamento técnico e físico consistente comprometem o rendimento. A torcida entende que a queda pode ser evitada, mas exige mudança urgente.

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Tempo para reagir
Apesar do cenário delicado, ainda restam três partidas para o Vasco reverter a situação. A equipe precisa pontuar e torcer por tropeços de rivais diretos para escapar da degola. No entanto, mais do que os resultados, a exigência é por respeito à modalidade. A história rica das Meninas da Colina e o apoio da torcida merecem ser honrados com estrutura digna e planejamento real. A crise é séria, mas ainda há tempo para virar o jogo.








