Times classificados também trocaram treinadores
A primeira fase do Brasileirão Feminino 2025 terminou com movimentações significativas nas comissões técnicas. Seis dos dezesseis clubes participantes optaram por mudanças no comando, refletindo a pressão por resultados e desempenho. Flamengo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Ferroviária e 3B da Amazônia passaram por reformulações.

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O caso mais emblemático foi o do 3B, que contou com três técnicos diferentes apenas em abril. O alto índice de trocas evidencia um cenário de instabilidade entre as equipes da elite nacional. Entre os clubes que avançaram para as quartas de final, dois realizaram mudanças durante o campeonato.
O Flamengo substituiu Maurício Salgado por Rosana Augusto, enquanto a Ferroviária optou pela saída de Jéssica de Lima, hoje substituída de forma interina por Rogério Cuniyochi. Apesar da boa campanha, ambas as equipes buscaram novos rumos na tentativa de corrigir a rota ainda dentro do torneio. As decisões sinalizam que, mesmo com classificação, o desempenho técnico segue sendo critério fundamental.

Jéssica de Lima, ex-técnica da Ferroviária, e a goleira Luciana. Foto: Cárlia Covas/Ferroviária SAF
Instabilidade atinge parte inferior da tabela
As equipes que lutaram contra o rebaixamento foram as que mais trocaram técnicos. Internacional e Grêmio reformularam seus comandos, tentando reverter desempenhos irregulares. No caso do 3B da Amazônia, a instabilidade foi ainda mais intensa, com uma sucessão de três treinadores em um único mês. Essas mudanças, no entanto, não impediram a queda do clube para a Série A2. A busca por soluções rápidas escancarou a falta de planejamento e continuidade em parte dos projetos técnicos.
Apesar da luta por vaga nas quartas de final até a última rodada, o Fluminense decidiu não manter Hoffmann Tulio no comando. O treinador esteve à frente da equipe por quase três temporadas e foi responsável por levá-la à Série A1. A saída marca o encerramento de um ciclo importante nas Laranjeiras. O clube ainda não anunciou seu novo comandante, mas deve fazê-lo nos próximos dias para garantir a continuidade do trabalho visando a sequência da temporada.
Enquanto algumas equipes reformularam totalmente suas comissões, outras mantiveram a estabilidade. Jorge Victor (América-MG), Thiago Viana (São Paulo) e Humberto Simão (Red Bull Bragantino) são hoje os treinadores mais longevos da elite nacional. Victor está à frente do América desde setembro de 2022, enquanto Viana assumiu o São Paulo em dezembro do mesmo ano. Já Humberto Simão conduz o Bragantino desde setembro de 2023, com contrato renovado até 2026. A longevidade reforça os projetos de longo prazo.

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A permanência dos treinadores citados mostra que, mesmo em meio à pressão por resultados, é possível desenvolver projetos sólidos. Clubes como América-MG, São Paulo e Bragantino mantêm coerência em suas decisões e focam na formação de elencos competitivos a médio prazo. Essa estratégia tem rendido frutos, especialmente com o avanço desses times no cenário nacional. Em contraste, as frequentes trocas em outras equipes reforçam a urgência por estabilidade como pilar para o crescimento do futebol feminino.








