Diferença de premiação entre os estaduais
A discrepância financeira entre os estaduais femininos voltou a chamar atenção com a confirmação das premiações de 2025. O campeão do Paulistão Feminino receberá R$ 840 mil, valor 16,8 vezes maior do que o destinado ao vencedor do Carioca, que paga apenas R$ 50 mil às campeãs. A diferença escancara a distância entre os investimentos feitos nos dois torneios. Mesmo o valor total do Carioca (R$ 100 mil distribuídos entre os quatro primeiros) representa somente cerca de 12% do prêmio paulista.

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Apesar da defasagem, o Campeonato Carioca Feminino vive sua maior premiação da história em 2025, chegando a R$ 100 mil. O valor será distribuído entre campeã, vice, terceira e quarta colocadas, reforçando um movimento gradual de evolução. Ainda assim, o montante evidencia limitações de investimento e apoio estrutural ao futebol feminino no estado. Em 2024, por exemplo, a premiação foi de R$ 80 mil, e em 2023, R$ 70 mil, mostrando um crescimento lento, porém constante.
No Carioca, o formato de distribuição estabelece R$ 50 mil para o time campeão, R$ 30 mil para o vice e R$ 15 mil para o 3º e 4º colocados. Apesar de ser apenas a terceira edição com premiação, os valores seguem muito abaixo do patamar ideal para fomentar competitividade. Mesmo somando todos os repasses, o torneio ainda representa apenas uma fração do montante que circula no Paulistão, considerado referência nacional em organização e estrutura.

Cristiane com a camisa do Flamengo. Foto: Paula Reis/Flamengo
Investimentos estruturais da FPF
Em contraste, o Paulistão consolida sua posição como o estadual mais robusto do país. A campeã de 2025 receberá R$ 840 mil, enquanto a vice ficará com R$ 350 mil, valores que não incluem as cotas de participação. Ao todo, a cota repassada aos clubes chegou a R$ 3,33 milhões, reforçando a força financeira do torneio. A disparidade é tão grande que o valor destinado ao vice paulista é mais que o triplo do total distribuído no Carioca.
A Federação Paulista de Futebol também anunciou investimento de R$ 5 milhões na cobertura de custos operacionais. Entre as despesas bancadas estão arbitragem, operação de jogo, antidoping e ambulância, garantindo um padrão profissional à competição. Esse suporte reduz os gastos dos clubes e contribui para elevar o nível técnico do campeonato. O modelo paulista segue sendo apontado por especialistas como um exemplo a ser seguido em outros estados.
A diferença entre os estaduais tem impacto direto no desenvolvimento esportivo, financeiro e estrutural dos clubes. A injeção de recursos no Paulistão cria um ambiente mais competitivo, atrai atletas de alto nível e estimula melhores condições de trabalho. Entretanto, a distância para torneios como o Carioca revela desafios importantes, já que a falta de incentivo financeiro limita o crescimento das equipes e a profissionalização de elencos e comissões técnicas.

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Perspectivas para diminuir o abismo entre os torneios
Especialistas apontam que, apesar do avanço carioca, é necessário ampliar parcerias, cotas de TV e investimentos privados para reduzir a disparidade entre os estados. O cenário atual evidencia que apenas três edições do Carioca possuem premiação, enquanto o Paulistão opera em modelo consolidado há anos. A expectativa é que o crescimento contínuo no Rio de Janeiro impulsione melhorias, mas o abismo financeiro, hoje, segue sendo um dos maiores desafios para um futebol feminino mais equilibrado no país.








