Ascensão meteórica e maturidade precoce
Aos 20 anos, Maria Eduarda Rodrigues Silva, a Dudinha, vive um dos melhores momentos da carreira. Destaque no San Diego Wave, da NWSL, e peça importante na Seleção Brasileira, a jovem atacante concedeu entrevista exclusiva ao Lance! e falou sobre carreira, amadurecimento e sonhos. “Desde quando o Arthur assumiu, temos a capacidade total para bater de frente com qualquer seleção”, afirmou. A jogadora destacou o clima de confiança na equipe e a ambição de disputar títulos de peso com o Brasil.

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Cria de Cotia, Dudinha construiu uma relação afetiva profunda com o São Paulo. A passagem pela base e pelo profissional moldou sua identidade como atleta. “Minha família inteira é são-paulina. Quando fui jogar lá foi uma felicidade muito grande, e uma tristeza quando saí”, disse. A atacante não esconde a gratidão ao técnico Thiago Viana, com quem mantém contato constante. Mesmo atuando nos Estados Unidos, ela revela: “Assisto a todos os jogos, estou sempre torcendo e vibrando muito”.
A ida para o San Diego Wave foi cercada de expectativas e curiosidade. “Eles vieram apresentando um trabalho muito bom, uma gestão muito boa. Quando recebi a proposta, o time já estava brigando na parte de cima da tabela”, explicou Dudinha. Além da estrutura esportiva, o ambiente californiano também pesou na escolha. “A cidade tem praia e muitos brasileiros. Eles mostraram muito interesse em mim, e isso fez que eu escolhesse o San Diego, de fato.”

Dudinha, Marta e Jhonson na seleção brasileira. Foto: Lívia Villas Boas/CBF
Adaptação e evolução em solo americano
A mudança exigiu resiliência. “O começo foi muito difícil, eu estava um pouco tímida para mostrar o meu futebol no pouco tempo de jogo que eu estava fazendo”, relembrou. A confiança veio com o tempo e o apoio do técnico Jonas Eidevall. “Consegui mostrar meu futebol nos treinamentos, me soltar mais. Cada vez que fui titular, fui evoluindo, graças a Deus.” O esforço rendeu frutos: Dudinha é artilheira da equipe, com cinco gols em dez partidas na NWSL.
O sonho europeu ainda pulsa forte. “Meu sonho sempre foi jogar na Europa”, admitiu. Porém, o alto nível da liga norte-americana mudou sua visão. “Vieram muitas brasileiras jogarem aqui, como Angelina, Ary, Marta… ver a evolução delas me inspirou”, contou. Apesar do foco atual no San Diego, Dudinha não descarta novos voos: “Creio que a liga vai me evoluir bastante. Mas penso, sim, se Deus quiser, um dia jogar na Europa.”
Na Seleção Brasileira, Dudinha encontrou apoio e aprendizado. “O ambiente é sempre muito bom. O Arthur soube impor uma gestão muito boa, e as meninas mais velhas sempre apoiam as mais novas”, explicou. Entre as inspirações, destaca-se Bia Zaneratto. “Eu nunca tinha jogado com ela, foi incrível. Nos treinamentos já deu muita liga. Ela é uma pessoa muito gente boa, pra conversar sobre qualquer coisa.” A convivência reforça o amadurecimento da jovem estrela.

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Sonhos de Bola de Ouro e Copa do Mundo
Com serenidade e foco, Dudinha projeta o futuro com ambição. “A Copa do Mundo é o meu principal objetivo e maior sonho”, declarou. A atacante também sonha em alcançar o topo individual. “A Bola de Ouro é um sonho também. Trabalho todos os dias pra, se Deus quiser, um dia estar com as mãos na Bola de Ouro.” Ao falar sobre a camisa 7, ela sorri: “Quem usa bastante é a Kerolin, que é uma inspiração. E honrei a camiseta, né?”.








