Planejamento além das quatro linhas
O Cruzeiro foi o primeiro time a garantir vaga nas quartas de final do Brasileirão Feminino 2025, com quatro rodadas de antecedência. Sob o comando de Jonas Urias, a equipe mineira lidera a competição com autoridade. A classificação precoce é reflexo de um projeto iniciado em 2019. Desde a chegada à elite, as Cabulosas vêm crescendo dentro e fora de campo, superando dúvidas e desafios.
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A evolução do Cruzeiro passa por figuras como Bárbara Fonseca, Kin Saito e Ronaldo Fenômeno, que participaram da fase inicial da reconstrução. Com a saída de Kin e a chegada de Pedro Lourenço, houve incerteza: “Não pretendemos fazer grandes investimentos, mas fazer um time com a base que a gente tem”. No entanto, o que se viu foi o oposto: mais recursos, continuidade e valorização do elenco.
Em 2025, o Cruzeiro aumentou em 30% o investimento no futebol feminino, saltando de R$ 8 milhões para R$ 10,5 milhões. A folha salarial também teve reajuste de 50%, com o aval do presidente Pedro Lourenço. Mesmo mantendo a base, o clube trouxe reforços importantes como Isa Haas e Letícia Ferreira. O objetivo agora é claro: conquistar uma vaga para a Libertadores de 2026.
Jogadora Cruzeiro. Alessandra Torres/AGIF
Marca, identidade e integração
O sucesso das Cabulosas não se limita ao campo. O clube criou uma identidade forte para o time feminino, com mascote própria e ações de marketing alinhadas. A integração com o futebol masculino também se destaca: apresentações no Mineirão, redes sociais igualitárias e presença conjunta em eventos. Tudo isso reforça a mensagem que o clube quer passar: “mostrar como o clube é um só”.
Jonas Urias, ex-treinador da Seleção Sub-20, encontrou no Cruzeiro um ambiente propício para implantar suas ideias. Com apoio da direção e do grupo, conseguiu montar um time competitivo e comprometido. “Jonas teve segurança para fazer seu trabalho”, e os frutos são visíveis. A liderança no campeonato mostra que o trabalho de longo prazo, com respaldo e estrutura, dá resultado.
Desde 2019, Bárbara Fonseca participa ativamente da construção do Cruzeiro Feminino. Ex-atleta, passou pelo Santa Cruz antes de assumir cargos técnicos e administrativos. Hoje diretora, lidera com visão e afinidade com a comissão e jogadoras. “As ideias da diretora batem muito com o clube”, reforçando o ambiente coeso que permite crescimento contínuo. O sucesso tem nome, gestão e história.
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Exemplo a ser seguido no futebol feminino
A caminhada das Cabulosas serve como inspiração para outros clubes. A união entre investimento, planejamento e valorização da modalidade é o caminho mais sustentável. O Cruzeiro mostra que resultado não é obra do acaso, mas de escolhas acertadas ao longo dos anos. Que esse modelo se espalhe e ajude a elevar ainda mais o nível do futebol feminino no Brasil.
