A noite deste domingo (9) foi bastante alegre para o torcedor do Fluminense. A vitória por 4 a 1, no Maracanã, acabou decretando o ‘Time de Guerreiros’ campeão do Campeonato Carioca de 2023. Com direito a dois gols de Cano, um de Marcelo e outro de Alexsander, o Fluminense colocou ainda mais em xeque a permanência do técnico Vítor Pereira no Flamengo. Por outro lado, trouxe à tona um feito inédito na carreira de Diniz.

Foto:Jorge Rodrigues/AGIF
Foto:Jorge Rodrigues/AGIF

Histórias de superação dentro do futebol são mais recorrentes do que o senso comum imagina, a questão é que nem todos percebem as “dores” e obstáculos pelos quais os profissionais passaram no decorrer da carreira para trilhar um futuro promissor na atualidade. Um belo exemplo disso se encaixa na persistência de Fernando Diniz.

Duramente criticado desde quando assumiu o time de menor expressão do Grêmio Osasco Audax, a figura de Diniz sempre esteve atrelada a polêmicas. Por ter uma personalidade que foge dos padrões táticos “conservadores” do futebol atual, o técnico sempre foi interpretado como “maluco”, “ousado”, “teimoso”, dentre outros rótulos que lhe definiam como alguém que expusera demasiadamente  seus jogadores. 

O título inédito pelo Fluminense vem na categoria de treinador, afinal, como ex-jogador, Diniz já possuía o título de campeão carioca de 2002 com o Tricolor das Laranjeiras. Em entrevista nos gramados, Diniz não se conteve e, emocionado, desabafou sobre os pontos altos que sempre destacou como positivos e presentes em sua trajetória.

"Meus troféus eu ganhei sempre, não é essa Taça do Campeonato Carioca. Os meus troféus são as declarações que os jogadores falam de mim! Muitos deles, que eu peguei sem projeção e que hoje é jogador de Seleção Brasileira e disputou Copa do Mundo. Então isso pra mim é o mais importante. É igual o amor que eu tenho à minha família, os meus troféus, as coisas que eu cultivo. As coisas que eu cultivo não precisam aparecer para os outros. Hoje apareceu pros outros a conquista do campeonato, mas não é esse o meu maior valor. Muito pelo contrário”, iniciou o treinador.

"É uma Taça importante, vou celebrar, sempre quis ganhar, sempre vou querer ganhar e vou fazer de tudo para ganhar. Mas o dia que não ganhar ela não desmerece em nada quem eu sou, nem meu trabalho, nem daqueles que perderam. O Flamengo não tem demérito porque perdeu. O time chegou na final, mas amanhã vai estar todo mundo criticando o Flamengo, como tava todo mundo criticando o Flamengo  na semana passada. A gente vive sem saber quem é bom  e quem é ruim. Eu não quero rótulo diferente daqueles que eu tinha. Aqueles que me rotularam, peço que continuem me rotulando, porque eu não mudei absolutamente nada”, concluiu em tom de desabafo.