O Flamengo se aproxima do fim de uma nova temporada vitoriosa e já está de olho em 2023. O Mais Querido pode se reforçar com velhos conhecidos da torcida no próximo ano. Com a iminente chance de retorno de Gerson, o Coringa da Nação seria uma peça importante caso o sonho do Mundial se concretize. Com o título da Libertadores, o torneio entre clubes de diferentes continentes é a obsessão dos adeptos cariocas. Para isso, uma pedra no sapato está por vir: o Real Madrid.

Flickr Oficial do time: Gilvan de Souza/Flickr Oficial Flamengo – Arturo Vidal pode ter promessa cumprida no Fla
Flickr Oficial do time: Gilvan de Souza/Flickr Oficial Flamengo – Arturo Vidal pode ter promessa cumprida no Fla

Porém, engana-se quem acha que os times nunca se enfrentaram. O Flamengo tem uma velha história contra equipes europeias e vem levando a melhor desde a década de 1940. A partir da pesquisa dos jornalistas Gabriel Andrezo e Emmanuel do Valle, da página FlaAlternativo, conheça a trajetória do Campeão Mundial de 1981 contra equipes do Velho Continente:

Início nos anos 40

O Flamengo começou a duelar com europeus nos anos 1940, quando times sul-americanos iam ao Velho Continente em excursões para medir forças com os rivais internacionais. Durante muito tempo esse era o método esportivo mais rentável para os clubes, o que chegou a ser prioridade em relação a Libertadores, criada 20 anos depois. Nessa década, destaca-se a vitória do Rubro-Negro em cima do Arsenal, na Inglaterra, por 3 a 1, e o empate em 4 a 4 com o Malmö, da Suécia.

Invencibilidade nos anos 50

Foi apenas uma década depois quando o Mais Querido resolveu engatar uma sequência de jogos na Europa. Numa espécie de pai do AeroFla, a Nação recebeu o invencível Flamengo, que ganhou os dez jogos disputados entre Suécia, Dinamarca, França e Portugal. Além de vencer o então poderoso Benfica, de Lisboa, nos anos 50 o Mengão também goleou o norueguês Brann por 12 a 1. Apesar das conquistas da Taça Morumbi, Torneio de Tel-Aviv e o Trófeu Naranja, foi uma vitória em cima de Puskas que mais repercutiu. Em dia mágico para Evaristo de Macedo, o craque acabou sendo vendido para a Espanha em seguida.

Hiato em 60 e mauhóspede em 70

Os anos se passaram e foi ficando mais difícil viajar à Europa. Com o sucesso do futebol brasileiro no mundo todo, algumas equipes de outros continentes vinham jogar no Rio. Em um jogo que marcou a história do esporte e da música, Fio Maravilha marcou um belo gol na vitória diante do Benfica, que virou canção na voz de Jorge Ben Jor. Vislumbrando o que seria o maior Flamengo de todos os tempos anos depois, o Rubro-Negro conquistou o Troféu Palma de Mallorca, batendo o poderoso Real Madrid na final. Na virada da década, ainda chegou à Gávea as taças do Ramón de Carranza. Na oportunidade, Zico foi destaque nos dois anos, marcando gols contra Barcelona e Real Betis.

Ápice mundial nos anos 80

O ano de 1981 dispensa apresentações para qualquer Rubro-Negro. O Mais Querido foi até o Japão fazer história contra o Liverpool. No placar de 3 a 0, os gols de Nunes e Adílio promoveram a marca do Clube por todo o globo. Porém, o sucesso do time carioca contra europeus não parou por aí. Em 1988, o Mengão ganhou a Copa Colombino, na Espanha, e a Copa Kirin, no Japão. Foi inclusive nesse último torneio quando Zico se aproximou da cultura japonesa, onde ele faria história meses depois. Destacam-se ainda vitórias diante de Juventus, Paris Saint-Germain, Frankfurt e outras tradicionais equipes.

Anos 90 e os últimos jogos na Europa

Com a consolidação do calendário brasileiros, voltou a ficar difícil viajar ao Velho Continente. As partidas que mais foram noticiadas no Brasil, nos anos 90, carregavam peculiaridades. No 3 a 0 diante do Real Madrid, em 1997, a ótima partida de Sávio resultou na venda do Anjo Loiro posteriormente. Logo em seguida a vítima foi o Valência de Romário. No 3 a 1 do Mengão, o craque brasileiro marcou de bicicleta o único feito dos espanhóis, mas acabou se machucando e foi substituído. Por fim, em 2000, o Rubro-Negro se despedia do território europeu com um placar de 2 a 1 contra o Betis, em um jogo combinado por causa da venda de Denilson.

Reencontros nos anos 2010

O Flamengo demorou mais de dez anos para jogar contra um europeu novamente. Em 2015, o time carioca ficou apenas no 0 a 0 contra o Shakhtar Donetsk, no Estádio Mané Garrincha. Já em 2019, ano em que os rubro-negros reencontraram a Glória Eterna, o ano começou com título na Florida Cup. Depois de bater o Ajax, nos pênaltis, e o Eintracht Frankfurt, por 2 a 1, o Mais Querido começou a temporada levantando taça. A derrota de 1 a 0 para Liverpool, que encerrou aquela sequência vitoriosa da equipe, ainda atormenta a memória da torcida.

Getty Images/Francois Nel – Gabigol chuta bola ao lad de Mané, do Liverpool

Getty Images/Francois Nel – Gabigol chuta bola ao lad de Mané, do Liverpool

Estatísticas

Ao todo, o Flamengo jogou 245 vezes com adversário europeus, levando a melhor em 119 oportunidades. O restante das partidas é representado por 51 empates e 75 derrotas. O grande artilheiro do Clube nestes confrontos é o atacante Dida, com 33 gols. Zico aparece em 4° colocado, com 21 gols, atrás de Evaristo (29) e Henrique Frade (30). De olho no possível jogo com o Real Madrid, o Flamengo já venceu os Galáticos duas vezes, enquanto que os espanhóis ganharam uma.