Justiça reconhece falhas e impõe punição ao clube
A Justiça do Trabalho de São Paulo condenou o Corinthians a pagar pensão vitalícia e indenizações a um pedreiro de 53 anos que trabalhou por cinco anos no Parque São Jorge. O funcionário desenvolveu sérios problemas na coluna e perda parcial da audição por causa das condições insalubres do local. O caso foi movido em 2023 e teve decisão definitiva neste ano.

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De acordo com a sentença da juíza Camila Coelho, o clube foi responsabilizado por não fornecer equipamentos de proteção nem pagar corretamente horas extras. Além da pensão mensal vitalícia até os 76,6 anos do trabalhador, o Corinthians terá de pagar danos morais, adicionais de insalubridade e verbas rescisórias pendentes. A juíza considerou que as sequelas o tornaram incapaz de exercer sua função.
O trabalhador, identificado como Edmilson, afirmou que atuava em jornadas exaustivas, inclusive durante períodos de férias, e que chegou a ser obrigado a trabalhar mesmo após uma cirurgia. Segundo ele, o clube o demitiu enquanto ainda estava em recuperação e ignorou recomendações médicas para readaptação.
Ex-funcionário foi demitido em meio a dores e sem indenização adequada
O pedreiro contou que durante o período em que trabalhou para o Corinthians, o clube também deixou de recolher o FGTS e descontou contribuições sindicais sem autorização. Após a demissão, ele buscou a Justiça pedindo R$ 800 mil em indenizações, valor que incluía insalubridade, horas extras, verbas atrasadas e danos morais.
O advogado Fernando Faria, especialista em causas trabalhistas, afirmou que o clube foi condenado por um conjunto de falhas. “O Corinthians negligenciou normas básicas de segurança e ainda manteve o funcionário em condições inadequadas, o que agravou o quadro de saúde”, explicou o jurista.

PE – RECIFE – 21/09/2025 – BRASILEIRO A 2025, SPORT X CORINTHIANS – Chuteira do Vitinho jogador do Corinthians durante partida contra o Sport no estadio Ilha do Retiro pelo campeonato Brasileiro A 2025. Foto: Rafael Vieira/AGIF
O caso chamou atenção por expor um cenário de descuido com trabalhadores terceirizados, algo que tem sido observado em diferentes clubes do futebol brasileiro. A decisão reforça que o empregador é responsável direto pela integridade física e emocional de seus contratados, independentemente do cargo exercido.
Corinthians inicia pagamentos após condenação na Justiça
O Corinthians já começou a cumprir a decisão judicial. O pedreiro recebeu uma indenização inicial de R$ 155 mil e passará a ter direito a uma pensão vitalícia que pode chegar a R$ 6 mil por mês. O valor final ainda será calculado conforme a renda média que ele recebia no clube antes do afastamento.
De acordo com o advogado e professor Anderson Real, o principal objetivo da pensão vitalícia é garantir o sustento de quem perdeu a capacidade de trabalho. “A medida busca assegurar dignidade ao trabalhador que teve sua saúde comprometida de forma permanente”, disse o especialista.
Procurado, o Corinthians confirmou que já iniciou os pagamentos e que vai cumprir integralmente a determinação da Justiça do Trabalho. A decisão é definitiva e não cabe mais recurso.








