A Seleção Brasileira chegou como uma das grandes favoritas ao título da Copa do Mundo no Qatar, muito disso por conta do elenco de alto nível convocado por Tite. Diferente da Copa passada, muito se falou sobre o fim da dependência de Neymar, camisa 10 da equipe canarinho. Mas apesar do craque não ser o artilheiro da Seleção, para o lendário Zico, o atacante ainda é fundamental para o Brasil e que a ausência do ofensivo é sentida pelo elenco.
“Essa dependência não é mais evidente quando Neymar joga, desde que esteja em campo. É diferente quando ele está fora. Quando ele está em campo, todos os olhos estão voltados para ele, o que abre espaço para os outros, dando-lhes mais chances de fazer o trabalho. Quando ele não está em campo, todo jogador tem que dar um jeito de ganhar o jogo. As pessoas acham que é a mesma coisa, mas não é”, disse Zico ao FIFA+ em Doha.
Apesar disso, Zico afirmou que a Seleção Brasileira pode conquistar o título mesmo sem a presença do atacante. “O Brasil tem condições de vencer, com certeza, mas seria bom para ele jogar. Ele foi a cereja no topo do bolo. Ele estava em ótima forma física; melhor do que antes da Copa do Mundo. Você vê Cristiano Ronaldo e Messi, que são jogadores com um impacto semelhante ao de Neymar. Quer joguem mal ou bem, podem decidir uma partida a qualquer momento, mas também podem preocupar os adversários e abrir espaço para outros. É por isso que Neymar é tão importante para a Seleção”, avaliou.
Zico que na Copa de 1986 enfrentou uma situação semelhante a de Neymar e deu uma dica ao camisa 10 da Seleção. “O problema com o tornozelo é que você tem que ter confiança para entrar em campo, mesmo que esteja com alguma dor”, disse ele. “Joguei várias vezes com meu tornozelo bem enfaixado. Você pode correr e não pode se preocupar com isso. Às vezes você sente a dor até dois meses depois. O importante é que você consiga fazer movimentos naturais e manobrar o pé, até o limiar da dor.”
Para o ex-jogador, Neymar precisa passar a bola rapidamente para evitar o choque com os adversários, pelo menos até chegar perto da área. “Ele pode evitar segurar a bola em lugares onde não pode machucar os adversários. Se ele estiver com a bola nos pés no meio-campo, eles vão entrar forte em cima dele. Mas se ele estiver com a bola nos pés perto da área, perto do gol, é aí que a gente sabe que pode causar perigo”.
