O Brasil tenta melhorar sua classificação nas Eliminatórias para a Copa do Mundo diante do Chile, em Santiago, nesta quinta-feira (10), às 21 horas. A Seleção ocupa atualmente a quinta posição, com 10 pontos, oito atrás da líder Argentina.

2KAGM48 Gilberto Silva, World Cup Winner in Brazil, addresses the audience during the second day of the Web Summit 2022 in Lisbon. (Photo by Bruno de Carvalho / SOPA Images/Sipa USA)
© Alamy Stock Photo2KAGM48 Gilberto Silva, World Cup Winner in Brazil, addresses the audience during the second day of the Web Summit 2022 in Lisbon. (Photo by Bruno de Carvalho / SOPA Images/Sipa USA)

Campeão do mundo com a amarelinha em 2002, Gilberto Silva concedeu entrevista exclusiva ao Bolavip e falou sobre a possibilidade de um treinador estrangeiro, os meios-campistas convocados, Neymar, Casemiro e o atual momento da equipe, do qual ele não atribui apenas ao técnico Dorival Júnior.

“Julgar o trabalho do Dorival ainda é injusto. Ele teve pouco tempo, na minha visão é um grande profissional. Está buscando fazer um bom trabalho, muita coisa vem sendo reflexo do que aconteceu desde que a Copa no Catar terminou. Nós ficamos mais de um ano sem uma definição de quem seria o treinador, esperando por alguém que não tínhamos nenhuma certeza”, declarou o pentacampeão.

Gilberto Silva seguiu dizendo que “isso jamais poderia ter acontecido com uma Seleção como a do Brasil. Foi um tempo valioso perdido, já que o ciclo para a próxima Copa será de três anos e meio, e não quatro anos. Mas agora já foi, temos que pensar daqui pra frente. Quem está sendo convocado precisa entrar dentro de campo, precisa ter muito claro para si que está representando o Brasil e precisa fazer o seu melhor”.

Para o ex-volante, a ideia de um técnico estrangeiro não passa de um modismo. 

“Acho que virou moda falar em treinador estrangeiro. Deixamos de valorizar o que temos de bom aqui. Ganhamos cinco Copas com treinadores brasileiros e chegamos em outras finais. Eu acredito no que nós sabemos fazer. Precisamos valorizar mais o nosso conhecimento histórico e valorizar determinadas áreas”, indica.

Meio-campistas da Premier League 

Gilberto Silva se notabilizou no Arsenal, da Inglaterra, onde atuou por seis anos e venceu um título invicto do Campeonato Inglês. Assim como ele, três meio-campistas convocados por Dorival atuam na terra da rainha: André (Wolverhampton), Bruno Guimarães (Newcastle) e Lucas Paquetá. Na visão do ex-capitão dos Gunners, os três jogadores possuem estilo de jogo que se assemelha. 

“São todos bons jogadores. Mas, na minha visão, são muito parecidos em estilo de jogo. Saem muito bem para o jogo, mas talvez não possuem o mesmo poder de marcação de um Casemiro, do que eu tinha. No entanto, nossos questionamentos no Brasil sempre estão em cima dos resultados recentes”.

O ex-futebolista conclui seu pensamento dizendo que “não há aprofundamento. Será que tal combinação de jogadores é adequada, será que não podemos ter variação na formação tática? No futebol de hoje, os times são muito parecidos. Vai se dar bem quem tentar fazer algo diferente”. 

Casemiro e Neymar

A respeito de Casemiro e Neymar, dois grandes nomes da Seleção que são sempre esperados, Gilberto enxerga que a dupla pode estar presente na próxima Copa. 

“Por que não? O Neymar em forma, é um dos melhores do mundo. Mas esse vem sendo o problema, ele teve lesões sérias. Se ele estiver bem em 2026, será convocado com certeza. O Casemiro é fundamental e tem o respeito de todos. Admiro sua postura de liderança na Seleção e pode fazer a diferença nos momentos de maior pressão. Não podemos esquecer que ele atua em um dos maiores clubes do mundo, onde a dificuldade é imensa. Ele recebe críticas pesadas que muitas vezes não merece, principalmente de alguns ex-jogadores ingleses”.

Sobre o momento de parar, Gilberto detalha sua vivência pessoal: “quando você já foi atleta, não pode querer dizer a hora do outro parar de jogar. Se ele estiver bem fisicamente e jogando com regularidade, pode ser até titular da próxima Copa. Em outras seleções, vemos jogadores em campo com mais de 36 anos e batemos palma. Por que não fazer isso com os nossos também?”, aponta.