Polêmica no ar no São Paulo
Em entrevista concedida ao quadro “Abre Aspas”, do ge, o ex-jogador Muller não poupou palavras ao analisar o atual momento do São Paulo. Segundo ele, o excesso de estrangeiros no elenco prejudica a revelação de jovens talentos. Para o comentarista da TV Gazeta, a formação de atletas no Brasil acaba sendo ignorada pelos clubes.

O multicampeão tricolor mirou diretamente nos nove estrangeiros do grupo são-paulino, afirmando que “é um pior do que o outro” e questionando a utilidade da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Muller argumenta que a base dificilmente tem chances, pois os técnicos priorizam reforços vindos de fora, sem dar sequência aos garotos formados no clube.
Estrangeiros sob análise
“Você pega um gringo bom, como Arrascaeta, beleza. Mas trazer nove, dez, só para lotar elenco, isso atrapalha”, disse o ex-atacante, citando que a CBF ampliou o limite de estrangeiros e isso impacta diretamente a base. Ele ainda criticou o ex-treinador Zubeldía, afirmando que só aproveitou jovens atletas por necessidade, após lesões de outros titulares.
O São Paulo hoje conta com nove atletas estrangeiros, sendo oito sul-americanos e um europeu. O zagueiro Arboleda, equatoriano de 33 anos, é o mais longevo, acumulando 336 partidas e figurando entre os estrangeiros com mais jogos na história do clube. Ainda assim, Muller considera que a qualidade geral do grupo não justifica tanta aposta externa.
Entre os estrangeiros estão o artilheiro Jonathan Calleri, atualmente lesionado, e nomes como Dinenno e Alan Franco. Curiosamente, Calleri divide com Rogério Ceni e Luis Fabiano o posto de maior goleador do clube na Libertadores, com 14 gols, mas nem mesmo ele escapou do tom crítico de Muller em relação ao excesso de estrangeiros.
O São Paulo conta também com Ferraresi, Cédric Soares, Enzo Díaz, Bobadilla e Tapia, todos de diferentes nacionalidades. Alguns desses jogadores ainda passam por avaliação interna, pois chegaram recentemente no clube.
Debate segue aberto
Enquanto isso, Muller mantém sua postura polêmica e diz acreditar que a base precisa ser mais valorizada no Brasil. Para ele, a obsessão por estrangeiros não só reduz espaço para jovens, mas também prejudica o futuro técnico dos clubes nacionais. Uma discussão que certamente ainda vai render pano para manga no Morumbi e fora dele.