Casares toma ação para acabar com crise do São Paulo e quer separação

Pressionado por maus resultados e cobranças da torcida, Julio Casares revelou um projeto ousado para o São Paulo. O presidente encomendou um estudo para separar juridicamente o futebol do clube social, como parte de um processo de profissionalização da gestão.

Presidente do Sao Paulo, Julio Casares, no estadio Cicero De Souza Marques para partida entre Bragantino e Sao Paulo pelo campeonato Brasileiro A 2025. Foto: Joisel Amaral/AGIF
© Joisel Amaral/AGIFPresidente do Sao Paulo, Julio Casares, no estadio Cicero De Souza Marques para partida entre Bragantino e Sao Paulo pelo campeonato Brasileiro A 2025. Foto: Joisel Amaral/AGIF

Segundo o dirigente, a proposta não busca enfraquecer o social, mas dar mais autonomia ao futebol. “Não que o social atrapalhe. Eu dei autonomia muito elevada. Mas quero que vire separação jurídica e administrativa”, afirmou Casares ao Sport Insider.

O modelo lembraria o das SAFs, mas com uma diferença importante: o São Paulo não venderia participação para investidores. A nova empresa de futebol seria 100% controlada pela associação, responsável por receitas, dívidas e contratos profissionais.

Críticas pelas finanças

Enquanto o futebol acumula críticas, o clube social e esportes amadores apresentam contas equilibradas. Em 2024, a receita foi de R$ 75,4 milhões, contra R$ 74,7 milhões de despesas, fechando o ano com superavit de R$ 700 mil.

Julio Casares presidente do Sao Paulo antes da partida contra o Nacional (URU) no estadio Morumbi pelo campeonato Copa Libertadores 2024. Foto: Marcello Zambrana/AGIF

Casares também destacou que o São Paulo já iniciou etapas nesse processo de modernização. O FIDC criado com Galapagos e Outfield passou a impor limites de despesa, e a base deve ser gerida por uma empresa compartilhada, com 70% de participação tricolor.

Vai rolar?

O entrave para avançar no projeto está no desgaste político vivido pelo presidente. Após a eliminação para a LDU e a derrota para o Ceará, protestos se intensificaram, incluindo caixões simbólicos em referência a Casares e Carlos Belmonte.

Mesmo assim, o mandatário afirma que quer deixar esse legado até 2026. “Quero terminar o mandato com esse marco, com apoio dos ex-presidentes, como Pimenta e Paulo Amaral”, completou. A proposta agora depende de aprovação interna dos conselheiros.