Jogadoras e funcionários do Palmeiras denunciam descaso e péssima gestão do futebol feminino

O futebol feminino do Palmeiras vem passando por diversas dificuldades e polêmicas fora dos gramados e câmeras. A categoria, que foi reintegrada ao clube Alviverde em 2019, era vista com bons olhos e muito promissora, é tanto, que em 2021, as Palestrinas chegaram a final do Campeonato Brasileiro A1, mas acabaram ficando com o segundo lugar, perdendo assim para o rival, o Corinthians.

Porém, apesar de todo esse prestigio, foi relatado à TNT Sports descaso por parte da diretoria do time, funcionários e jogadoras pediram sigilos quanto as suas respectivas identidade e expuseram tudo que há de errado dentro do departamento de futebol feminino do Palmeiras. Algumas das jogadoras presentes em 2019 e 2020, informaram que, em 2021, elas não foram procuradas para uma possível renovação de contrato, pelo contrário, o silêncio era absoluto do lado do staff da diretoria palmeirense.

O CT do time feminino localizado em Vinhedo, interior de São Paulo também foi alvo de críticas, pela condição do gramado que era ruim e também da forma que as jogadoras eram tratadas: “A gente está em Vinhedo, em um buraco e não tinha como falar com ninguém. Para mídia ele vende ser tudo lindo e maravilhoso” — Além disso, algumas relataram que se sentiam vigiadas no âmbito de trabalho, pois, em alguns casos especificos, por exemplo de reuniões, antes mesmo delas levarem os assuntos para a diretoria, eles já estavam sabendo do assunto: “Depois que acabou a reunião, soubemos que riram da nossa cara e nos chamaram palavras ruins.”

A falta do apoio psicológico também foi uma das pautas abordadas, algumas jogadoras desistiram do futebol e foram procurar algo para fazer. Outro caso também denunciado, é da jogadora Stefany, contratada em 2020 como símbolo de representatividade. Ela que era do futsal feminino, foi a primeira atleta surda da história do futebol, relatou que no início foi mil e uma maravilhas, com promessa de intérprete e tudo mais, mas não houve nada disso: “Falam sobre inclusão, mas fazem muito diferente, senti que não foi uma inclusão verdadeira mesmo.”

Para Stefany, a impressão que se tinha era usada como uma estratégia de marketing, para dar visibilidade ao clube, mas nenhuma estrutura foi oferecida de fato. Com isso, mesmo conversando com os responsáveis, a jogadora saiu do clube, mais uma vez sem nenhum apoio, sem possibilidade alguma de renovação ou continuidade no time Alviverde.