Moisés chegou ao Palmeiras sob muita desconfiança em 2016. O volante então conseguiu conquistar o apoio da torcida em alguns jogos e no final daquele ano já era unanimidade entre a torcida. Tanto é que todos sentiram a sua falta quando o jogador acabou rompendo o ligamento em um duelo diante do Linense pelo Paulistão de 2017. Depois que voltou da lesão, o meio-campista nunca mais foi o mesmo de sua chegada e aos poucos foi perdendo o status de craque da torcida. A ruptura final entre as partes veio na Copa do Brasil de 2019, quando o atleta perdeu um pênalti que causou a eliminação do Palestra para o Internacional no Beira-Rio.

Foto: César Greco/ Palmeiras
Foto: César Greco/ Palmeiras

Em entrevista ao Resenha ESPN, Moisés contou como foram seus últimos momentos com a camisa do Palmeiras e relatou um certa mágoa com a torcida. O atleta, que foi vendido dias depois ao Shandong Taishan (antigo Shandong Luneng), relatou que sua família recebeu ameaças de membros da torcida do Verdão, é isso o deixou bastante abalado e constrangido. “Foi na Copa do Brasil de 2019, oitavas de final antes da minha despedida. Eu era um dos batedores oficiais do time, na época batia mais o Gustavo Gómez, mas eu era o segundo batedor. E aí, vai para a disputa de pênaltis, Felipão fecha ali e eu falo que vou bater. Aí ele chega e diz ‘não, você não vai bater’. Ok. Felipe Melo perguntou se eu não iria bater. Respondi que não, falou que não. Até o momento não tinha justificativa. Beleza, fiquei ali abraçado no meio-campo e teve os cinco batedores. Ficou empatado. Eu quando vou para o sexto estava muito seguro. Eu já tinha pensando em bater no meio. Na hora, meu pé de apoio dáuma deslizada. Ele sai um pouquinho, pega na trave e sai. Aí vem o batedor do Inter e faz o gol da classificação”,disse o volante que continuou.

“A minha tristeza não era nem pelo pênalti perdido. Claro que também é, mas saber o que o goleiro iria fazer, saber exatamente o plano. Era só encaixar. E aí ver o clube desclassificado de uma Copa do Brasil por isso. Aquilo ficou na cabeça, machuca. No dia seguinte, o Alexandre [Mattos] me chama e diz que gostaria de conversar comigo. Aí ele falou que tinha uma oferta da China, que o Palmeiras aceitou. Eles entendiam ser boa para o clube e para mim. Ok, também aceito. No momento tinha 31, 32 anos. Nisso, todo mundo começou a dizer que eu errei o pênalti, pois estava saindo, estava com a cabeça longe,pontuou Moisés, que terminou o assunto dizendo sobre a tristeza que sentiu quando sua família começou a ser ameaçada.

Moisés, Maurício Galiotte e Alexandre Mattos conversando durante um treino do Palmeiras na Academia de Futebol. Foto: César Greco/ Palmeiras

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“Até ali eu não sabia de nada. Mas começaram ameaças a minha família, coisas desse tipo. Eu não julgo que seja a torcida do Palmeiras, mas um grupo de pessoas que estão ali misturadas. Para minha sorte, minha família estava em Belo Horizonte, isso me tranquilizou um pouco. Eu bati seis pênaltis e não errei nenhum, aí vou querer errar o sétimo no dia de ir embora para manchar minha história?, concluiu.

Mesmo tendo essa mágoa com alguns “torcedores”, Moisés tem muito carinho pelo Clube, onde foi campeão Brasileiro em 2016 e 2018. Muitos palmeirenses também adoram o meia, que já havia contado em entrevista ao Nosso Palestra que muitos internautas que torcem para o atual campeão brasileiro pedem sempre sua volta ao maior campeão do Brasil.