Inter pode virar SAF? Clube avalia modelo próprio

O Internacional está mergulhado em estudos para transformar o clube em uma Sociedade Anônima do Futebol, mas com um modelo que respeite sua identidade. A diretoria entende que a SAF não pode ser encarada como solução única, e sim como uma alternativa adaptada à realidade colorada. A preocupação é construir algo sustentável e alinhado aos valores do Inter.

RS – PORTO ALEGRE – 12/07/2025 – BRASILEIRO A 2025, INTERNACIONAL X VITORIA – Jogadores do Internacional posam para foto antes na partida contra Vitoria no estadio Beira-Rio pelo campeonato Brasileiro A 2025. Foto: Maxi Franzoi/AGIF
© Maxi FranzoiRS – PORTO ALEGRE – 12/07/2025 – BRASILEIRO A 2025, INTERNACIONAL X VITORIA – Jogadores do Internacional posam para foto antes na partida contra Vitoria no estadio Beira-Rio pelo campeonato Brasileiro A 2025. Foto: Maxi Franzoi/AGIF

Segundo o vice-presidente Dalton Schmitt Jr., o clube avalia formatos que não envolvam a perda de controle total. Uma das ideias cogitadas é a sociedade com um investidor minoritário, que ajudaria a capitalizar o clube sem comprometer sua autonomia. “A gente não precisa ter um dono”, afirmou o dirigente em entrevista ao ge e GZH.

A discussão sobre SAF ganhou força no Beira-Rio após a rejeição do projeto das debêntures no Conselho Deliberativo, em dezembro de 2024. Desde então, o foco se voltou à busca por alternativas para equilibrar as finanças. Paralelamente à SAF, o clube trabalha em estratégias para administrar o endividamento e garantir competitividade.

RS – PORTO ALEGRE – 12/07/2025 – BRASILEIRO A 2025, INTERNACIONAL X VITORIA – Jogadores do Internacional posam para foto antes na partida contra Vitoria no estadio Beira-Rio pelo campeonato Brasileiro A 2025. Foto: Maxi Franzoi/AGIF

Exemplos ruins

A diretoria teme repetir exemplos de SAFs que, segundo Schmitt, “não tiveram lucro, não deram certo e foram revendidas”. Para o vice-presidente, esse tipo de fracasso seria ainda mais delicado no contexto do futebol gaúcho. “Aqui no Rio Grande do Sul pode ser mais pesado, mais difícil”, alertou ele, reforçando a cautela.

Alan Patrick jogador do Internacional comemora seu gol com jogadores do seu time durante partida contra o Ceara no estadio Beira-Rio pelo campeonato Brasileiro A 2025. Foto: Maxi Franzoi/AGIF

A desigualdade financeira também impulsiona o debate. Mesmo clubes que não são SAF, como Flamengo e Palmeiras, operam com orçamentos muito superiores ao do Inter. A percepção interna é de que o modelo SAF inflacionou o mercado, mas não necessariamente trouxe retorno imediato para todos que o adotaram.

Mais detalhes

O clube considera essencial evitar decisões tomadas sob pressão. O processo de análise, que já dura três anos, agora entra em uma nova fase, mais técnica e profunda. O objetivo é encontrar uma estrutura de investimento sólida, que preserve a história colorada e projete o clube para um futuro mais competitivo.

Apesar do movimento, o Inter não tem pressa para anunciar uma mudança estrutural. O foco está em tomar uma decisão embasada, com participação dos conselheiros e torcedores. A ideia é que, caso avance, a eventual SAF do clube represente uma evolução segura e personalizada, e não apenas a adesão a uma tendência do mercado.