Em toda a história do Sport Club Internacional, poucos nomes ecoam com tanta força e reverência quanto o de Fernandão. Mais do que um grande jogador, ele representou a alma colorada dentro e fora de campo.

Fernandão, grande capitão da história do Internacional. Foto: Divulgação/Internacional
Fernandão, grande capitão da história do Internacional. Foto: Divulgação/Internacional

Capitão, ídolo e símbolo de uma era vitoriosa, Fernandão eternizou-se no coração dos torcedores ao levantar a taça da Libertadores de 2006, a primeira conquista continental do clube, e conduzir o Inter ao título do Mundial de Clubes no mesmo ano.

Fernando Lúcio da Costa chegou ao Beira-Rio em 2004 e, desde o início, demonstrou uma liderança natural. Já com experiência europeia, pelo Olympique de Marseille e Toulouse, ambos da França, o centroavante não poderia ter chegado de maneira melhor, estreando contra o Grêmio e fazendo o gol mil da história dos Gre-Nais, no dia 10 de julho daquele ano.

O eterno capitão da América e do Mundo

O ápice da trajetória de Fernandão no Internacional se deu em 2006, ano mágico em que o Colorado conquistou a América e o mundo. Capitão do time, foi artilheiro da equipe na campanha da competição continental, marcando cinco gols, sendo um na semifinal contra o Libertad, do Paraguai, e outro no segundo jogo da final contra o São Paulo, no Beira-Rio.

Para deixar saudades! A trajetória do ídolo Fernandão no Internacional foi marcante. Foto: Foto: Koichi Kamoshida/Getty Image/

Meses depois, a vitória sobre o Barcelona no Japão imortalizou aquela geração, e o camisa 9, mais uma vez, liderava com serenidade e bravura. Com a função tática de marcar Thiago Motta na final, Fernandão fugiu de suas características e se doou em campo, tornando-se ainda mais exemplo para os outros atletas.

Ainda no vestiário, Fernandão era o responsável pelo último discurso antes dos jogadores subirem ao gramado. E, naquele 17 de dezembro de 2006, não foi diferente. O goleiro, e amigo pessoal, Clemer, relembrou ao ge que as palavras do capitão foram fundamentais para aquela atuação histórica.

“Na final do Mundial, na roda, todos esperaram o que o Fernandão falaria. E, como sempre, foi diferente, nos emocionou e deu um gás. Estávamos com muita vontade e aquilo acendeu ainda mais a chama. O discurso nos incendiou e entramos da forma que todos sabem. Ficou na nossa memória. Falou que ninguém tinha caído de paraquedas, que tínhamos chegado por méritos e seríamos campeões por méritos”, relembrou o ex-goleiro.

Legado que o tempo não apaga

Com a camisa colorada, Fernandão marcou 77 gols em 190 jogos e conquistou, além dos títulos de 2006, o Gauchão de 2005 e 2008 e a Recopa Sul-Americana de 2007, além do vice no Brasileirão de 2005. Não à toa, tem uma estátua no Beira-Rio em sua homenagem.

Mesmo após pendurar as chuteiras, Fernandão nunca se afastou do clube. Chegou a assumir cargos de gestão e, por um breve período, foi técnico do time principal em 2012. A trágica morte do ex-jogador em uma queda de helicóptero, em 2014, deixou uma cicatriz profunda na torcida colorada. No entanto, seu legado continua vivo, nos cantos da arquibancada, nas lembranças dos grandes jogos e nas imagens que o mostram erguendo troféus.