Juninho Pernambucano construiu uma linda história com a camisa do Vasco. Em duas grandes passagens pelo Cruz-Maltino, o jogador ganhou o coração dos torcedores vascaínos, principalmente com um gol marcante contra o River Plate, na Libertadores, no estádio do rival que ganhou até música: “Contra o River Plate sensacional (gol de quem?)
Gol do Juninho, monumental!”

Juninho com a camisa do Vasco (Foto: site oficial do Vasco)
Juninho com a camisa do Vasco (Foto: site oficial do Vasco)

“O gol contra o River Plate, que significou muito. Ter feito aquele gol que marcou a minha história, pelo qual recebei homenagens, isso me deixou nas páginas do Vasco”, relembrou no adeus.

Juninho Pernambucano. Bahia x Vasco pelo Brasileiro A 2013 na Fonte Nova. 29 de setembro de 2013, Salvador, Bahia, Brasil. Foto: Felipe Oliveira/AGIF

Juninho no Vasco
1995 – 28 jogos – 3 gols
1996 – 57 jogos – 13 gols
1997 – 51 jogos – 8 gols
1998 – 37 jogos – 6 gols
1999 – 57 jogos – 12 gols
2000 – 64 jogos – 12 gols
2001 – 1 jogo – 1 gol
2011 – 26 jogos – 5 gols
2012 – 50 jogos – 14 gols
2013 – 22 jogos – 2 gols
– números do site ‘Futdados’

“Eu já tinha decidido parar depois de minha última lesão no fim do Campeonato Brasileiro. Acabei me recuperando e sendo convencido pelo Rodrigo e pelo presidente a tentar disputar o Carioca. Até pela possibilidade real de uma conquista antes de parar. Mas os treinos foram difíceis. Meu corpo não estava mais reagindo como antes. Eu não ia mais conseguir ser competitivo como sempre fui. Algumas vezes parecia que ia dar, que seria mais fácil, mas preferi tomar essa decisão. Honestamente? Não estava mais disposto a aceitar e passar pelo sacrifício de jogar em alto nível. Sempre falei que ia parar quando perdesse a vontade de treinar e me preparar para jogar. Não é fácil. Mas assumo que está sendo um pouco mais fácil do que eu imaginava. Hoje não dá mais para se divertir e brincar no futebol. Nunca me diverti jogando. Fiz sempre com amor, paixão e responsabilidade. Fui um péssimo perdedor, mas sempre tentei respeitar os adversários.Entendi cedo minhas deficiências, e isso me levou até aonde cheguei. Se o Roberto parou, o Romário, Zico, não teria como esse dia não chegar. Convivi sendo o vovô do time, eu sempre brincava porque no dia a dia era o mais velho, mas na escola para buscar meus filhos era o pai mais novo. Era engraçado” disse Juninho em despedida.

Juninho Pernambucano. Botafogo x Vasco pelo Campeonato Brasileiro A 2013 no Maracana. 20 de outubro de 2013, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil. Foto: Fabio Castro/AGIF

Números da carreira:
Lyon: 343 jogos, com 100 gols
Vasco: 393 jogos, com 76 gols
Na carreira: 882 jogos (oficiais), com 217 gols

Ao todo, foram cinco clubes na trajetória de Juninho no futebol: Sport, Vasco, Lyon (França), Al-Gharafa (Catar) e New York Red Bulls (Estados Unidos). Depois do início de carreira em Pernambuco, rumou ao Rio de Janeiro e garantiu sua idolatraria no Vasco, bem como no Lyon, fazendo com que a equipe francesa mudasse de patamar.

Juninho Pernambucano. Treino do Vasco no estadio Sao Januario. 16 de Setembro de 2013, Rio de Janeiro, Brasil. Foto: Fernando Soutello/AGIF

Por eles, conquistou uma leva de títulos: um Campeonato Pernambucano, um Campeonato Carioca, uma Copa do Nordeste, dois Campeonatos Brasileiros, uma Taça Libertadores, um Torneio Rio-São Paulo, uma Copa Mercosul, sete Campeonatos Franceses, três Supercopas da França, uma Copa da França, uma Copa Estrelas do Catar, uma Liga do Catar e uma Copa Príncipe Crown do Catar. O Reizinho também jogou pela Seleção, pela qual ganhou uma Copa das Confederações e um Torneio de Toulon.

“Minha volta ao Vasco após a passagem pelo Catar não foi perfeita pela ausência de conquistas. Gostaria de agradecer também ao Sport… (começa a chorar). Me desculpem, mas a emoção é grande. Foi onde tudo começou. Joguei pouco tempo como profissional por lá. Eles nunca entenderam minha preferência pelo Vasco. Lamento por isso. Mas reconheço a importância do clube e sou grato pelo início da minha carreira. Mas foi no Vasco onde eu me realizei, onde eu me tornei um jogador completo, onde terminei minha formação. Meu melhor momento como jogador foi no Lyon. Lá joguei praticamente sempre em alto nível. Talvez a página que tenha faltado foi um título mundial. Faltou isso, mas não me incomoda. No Al Gharafa, eu me recuperei para voltar ao Vasco. Nos Estados Unidos, eu tive tecnicamente o pior momento da minha carreira. Não me arrependo pela experiência de vida. Esse foi o resumo da minha carreira. Agora começa uma nova fase. Não sei como, não sei onde, mas vou estar nos jogos acompanhando o Vasco”, frisou o ídolo vascaíno.

Saída de Felipe e Juninho causou desgaste da imagem de René diante da torcida do Vasco (Foto: Marcelo Sadio / Vasco.com.br)