Veterano alemão critica valores astronômicos
O veterano Thomas Müller, símbolo do Bayern de Munique e um dos maiores vencedores do futebol alemão, provocou polêmica ao comentar sobre os valores astronômicos praticados no mercado de transferências europeu. Em entrevista à emissora americana CBS, o meia-atacante citou Neymar como parâmetro ao criticar a recente negociação entre Liverpool e Bayer Leverkusen pela contratação do jovem Florian Wirtz, avaliada em 150 milhões de euros (cerca de R$ 960 milhões).

Segundo Müller, o montante pago pelo clube inglês é simplesmente surreal. “O que são 150 milhões? É só um número entre clubes. Quem consegue, de fato, dimensionar esse valor?”, questionou. Em tom irônico, o camisa 25 do Bayern comparou o investimento com o astro brasileiro Neymar. “Com essa quantia, você não consegue o Neymar, mas pode plantar muitas árvores. E árvores boas!”, disparou.
A fala chamou atenção por destacar o nome do craque brasileiro como símbolo do alto custo no futebol, reforçando o debate sobre a sustentabilidade dos valores envolvidos nas negociações entre grandes clubes da Europa.
Wirtz é elogiado, mas exagero nos valores preocupa
Apesar das críticas ao mercado, Müller também elogiou Florian Wirtz, de apenas 22 anos, afirmando que o jovem tem talento e maturidade para brilhar em qualquer equipe do mundo. “Ele não é só um ótimo jogador tecnicamente, mas tem uma força mental admirável”, destacou.
O meio-campista foi um dos destaques do Bayer Leverkusen na histórica campanha invicta do clube na Bundesliga 2024/25, sob o comando do técnico Xabi Alonso. A transferência de Wirtz para o Liverpool tornou-se a mais cara da história do futebol inglês, superando marcas anteriores.
Ídolo se despede e reforça preocupação com futuro do futebol
Com um currículo recheado de conquistas — são 33 títulos pelo Bayern e uma Copa do Mundo com a seleção alemã — Müller iguala Toni Kroos como o jogador mais vitorioso da história da Alemanha. Aos 35 anos, ele já tem sua despedida confirmada: deixará o clube bávaro após a disputa do Mundial de Clubes.
A fala contundente de Müller não é isolada. Ela ecoa entre veteranos e especialistas que vêm demonstrando preocupação com a inflação nas transferências e os rumos financeiros do esporte. Ao usar Neymar como símbolo do topo do mercado e contrastá-lo com algo tão distante como “plantar árvores”, Müller toca num ponto sensível: a desconexão entre os números e a realidade fora das quatro linhas.