Judas e o beijo da morte

O Sábado de Aleluia, celebrado no dia 30 de março, marca um momento crucial na história do cristianismo: a traição de Judas Iscariotes e a ressurreição de Jesus Cristo.

Guerrero e Tévez são considerados traidores no futebol. Mauro Horita/AGIF e Alex Livesey/Getty Images.
Guerrero e Tévez são considerados traidores no futebol. Mauro Horita/AGIF e Alex Livesey/Getty Images.

Um dos doze apóstolos escolhidos por Jesus, o homem teve um papel fundamental na narrativa da crucificação. Segundo os Evangelhos, ele teria traído Jesus por 30 moedas de prata, um ato que resultou na prisão e condenação do Messias.

No Domingo de Páscoa, celebrado no dia 31 de março, os cristãos celebram a ressurreição de Jesus Cristo. Três dias após sua morte na cruz, Jesus teria ressuscitado dos mortos, demonstrando sua vitória sobre a morte e o pecado.

Entre as principais motivações para a traição de Judas estaria a ganância e a ambição. Além disso, muitos acreditam que o discípulo agiu para cumprir as profecias que dizia que o filho de Deus seria traído.

Os Judas do futebol

No futebol, a paixão da torcida é algo ímpar. Jogadores são idolatrados, recebendo amor e devoção como heróis. Mas, quando a relação se rompe, a mágoa e o rancor podem ser tão intensos quanto a paixão.

É nesse contexto que surge a figura do “Judas Iscariotes” do futebol: jogadores que traem a confiança da torcida ao trocar de time, principalmente para um rival.

Para a torcida, a traição de um jogador amado é um golpe duro. A sensação de decepção é profunda, e o jogador é frequentemente comparado a Judas Iscariotes, o apóstolo que traiu Jesus Cristo.

A mágoa, independente do motivo para o atleta “trair” seu clube anterior, pode ser tamanha que o jogador é vaiado e hostilizado em sua volta ao antigo estádio.

Os 15 maiores Judas do futebol mundial

A redação do Bolavip Brasil separou algumas das transações de maior repercussão negativa entre as torcidas nas épocas em que aconteceram. Acompanhe a lista:

Figo: do Barcelona ao Real Madrid

Jogadores do Barcelona jogaram a cabeça de um porco em direção a Figo. Firo Foto/Getty Images.

Figo era considerado um dos destaques do Barcelona. Ele ajudou a equipe a conquistar a La Liga e ganhou o carinho dos fãs. Porém, o Real Madrid fez uma proposta de 60 milhões de euros, recorde na época.

O jogador aceitou e foi considerado um dos grandes Judas. No seu retorno ao Camp Nou, a torcida não perdoou. Os torcedores jogaram vários objetos, como uma cabeça de porco.

Tévez: do Manchester United ao Manchester City

Tévez trocou o Manchester United pelo City, seu rival de cidade. Alex Livesey/Getty Images.

Em 2009, em um dos momentos mais controversos da Premier League, Carlos Tévez deixou o Manchester United para acertar com o Manchester City. O argentino tinha conquistado títulos com os Red Devils, mas decidiu vestir a camisa do rival da mesma cidade.

Fernando Torres: do Liverpool ao Chelsea

Fernando Torres foi mais um dos Judas da Premier League. Dean Mouhtaropoulos/Getty Images.

Em 2011, Fernando Torres já era idolatrado pelo Liverpool. Na época, o Chelsea, rival direto dos Reds, desembolsou 50 milhões de libras para assinar com o jogador. Conforme o atleta, ele foi seduzido pelo salário oferecido. Em sua volta a Anfield, ele foi criticado e vaiado.

Van Persie: do Arsenal ao Manchester United

Van Persie foi para o Manchester United. Michael Regan/Getty Images.

Mais um caso que causou na Premier League foi de Robin van Persie. Em 2012, a lenda do Arsenal deixou o time em que era ídolo para fechar com o Manchester United. O jogador citou a falta de ambição nos Gunners e teve um sucesso imediato nos Reds.

Ganso: do Santos ao São Paulo

Ganso vestiu a camisa do São Paulo em 2016. Marcello Zambrana/AGIF.

No futebol brasileiro, um dos grandes Judas envolve Paulo Henrique Ganso. Revelado pelo Santos, o jogador foi envolvido em uma negociação longa e tensa, tendo até troca de farpas entre os dirigentes.

Por R$ 23 milhões em 2012, deixou o Peixe para acertar com o São Paulo, mas não repetiu seu nível. Hoje no Fluminense, ele é o jogador mais substituído por Fernando Diniz.

Bebeto: do Flamengo ao Vasco

Ídolo do Flamengo, Bebeto deixou o clube em 1989 e fechou com o Vasco da Gama, principal rival da equipe rubro-negra. A negociação foi turbulenta, com o jogador se recusando a jogar pelo time. Em 2001, ele decidiu pedir desculpas, voltou ao Fla e se aposentou.

Caio Paulista: do São Paulo ao Palmeiras

Caio Paulista saiu do São Paulo para acertar com o Palmeiras. Marcello Zambrana/AGIF.

No início de 2024, Caio Paulista foi considerado como Judas para os torcedores do São Paulo. Em 2023, o jogador chegou ao Tricolor por empréstimo. Os são-paulinos pretendiam exercer o direito de compra, mas o Palmeiras entrou na disputa e acertou com o atleta. Hoje, ele vive um ‘pesadelo’ no clube.

Thiago Galhardo: do Ceará ao Fortaleza

Foto: Kely Pereira/AGIF – Thiago Galhardo em partida pelo Fortaleza

Thiago Galhardo começou a ter mais destaque na carreira ao longo da sua passagem pelo Ceará, em 2019. O jogador, porém, manifestou seu desejo de sair do clube por questões pessoais. Em 2022, ele acertou com o Fortaleza, principal rival do Alvinegro, e chegou a provocar os rivais tempos depois.

Giuliano: do Inter ao Grêmio

Giuliano atuou pela dupla Gre-Nal. Jeferson Guareze/AGIF.

O jogador foi revelado pelo Internacional, em 2009. Após duas temporadas de destaque, foi para o futebol exterior. Em 2014, retornou ao Brasil para atuar no grande rival colorado, o Grêmio. Anos depois, ele ainda vestiu a camisa do Corinthians.

Leonardo Silva: do Cruzeiro ao Atlético-MG

Leonardo Silva trocou o Cruzeiro pelo Atlético-MG. Thomás Santos/AGIF.

Em 2004, no Cruzeiro, Leonardo Silva foi um dos titulares da equipe e fez parte da dupla de zaga histórica ao lado de Marcelo Batatais. Apesar de ser um dos ídolos, ele acertou a sua ida ao Atlético-MG, onde conquistou a Libertadores de 2013.

Pedro: do Fluminense ao Flamengo

Pedro, jogador do Flamengo, na Libertadores – Foto: Buda Mendes/Getty Images

O atacante foi revelado nas categorias de base do Fluminense . Pedro estreou profissionalmente em 2017, onde ganhou destaque. O clube tricolor o vendeu ao futebol italiano. Porém, em 2020, chegou ao Flamengo . No Rubro-Negro, se tornou um dos grandes artilheiros .

Guerrero: do Corinthians ao Flamengo

Foto: Mauro Horita/AGIF – Paolo Guerreiro deixa o Racing

Paolo Guerrero chegou ao Corinthians em 2012 e logo se tornou ídolo, principalmente com as conquistas da Libertadores e Mundial. Em 2015, não teve o seu contrato renovado e decidiu ir para o Flamengo , onde reencontrou o seu sucesso. Tornou-se o sexto artilheiro estrangeiro do clube, mas deixou o clube após ser suspenso no exame antidoping.

Ricardinho: do Corinthians ao São Paulo

O Maestro Ricardinho fez história no Corinthians, em 1998. Bicampeão brasileiro, também conquistou o Mundial de Clubes de 2000. Ídolo do Timão, causou uma grande confusão ao acertar com o São Paulo em 2002. No Tricolor, não repetiu o seu sucesso. Voltou em 2006 ao clube alvinegro.

Veríssimo: do Santos ao Corinthians

Veríssimo deixou o Corinthians em 2024. Fabio Giannelli/AGIF

Revelado nas categorias de base do Santos, Lucas Veríssimo foi considerado um dos grandes zagueiros do time nos últimos tempos. Porém, em 2023 após passagem pelo Benfica, ele decepcionou a torcida do Peixe.

O jogador decidiu acertar com o Corinthians, onde formou uma dupla de zaga emblemática ao lado de Gil. Em 2024, teve uma saída conturbada, com direito a várias acusações.

Alan Kardec: do Palmeiras ao São Paulo

Alan Kardec atuou pelo São Paulo. Marcello Zambrana/AGIF.

Alan Kardec teve passagens emblemáticas no futebol paulista. Em 2011, foi emprestado pelo Benfica ao Santos. Ficou no clube até 2012. No ano seguinte, foi emprestado ao Palmeiras, tornando-se titular absoluto rapidamente. Após uma temporada, decidiu acertar com o São Paulo, onde viveu momentos de altos e baixos.

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