Colorado solidário no apoio e nas ações
As atividades do futebol do Internacional estão paradas por conta da crise climática que assolou o Rio Grande do Sul. A situação deve permanecer sem alterações por ao menos 20 dias, após a CBF permitir que os jogos do envolvendo equipes do estado sejam adiados por tal período.
Juntamente com os rivais Grêmio e Juventude, foi pedido para que as competições brasileiras fossem suspensas na totalidade, mas a entidade não acatou tal pedido e as atividades seguem.
Neste contexto, surgiu a possibilidade do Inter deixar o Rio Grande do Sul para mandar seus jogos e até mesmo treinar em estruturas de equipes do Brasil. Nesta quarta-feira (8), em entrevista ao programa Seleção Sportv, o presidente Alessandro Barcellos abordou tal possibilidade.
“Queria deixar uma mensagem muito importante. Em torno dessa informação, de que os clubes estão dispondo as suas estruturas, a gente agradece. Mas a gente quer deixar muito claro isso. Nós não vamos abandonar o nosso povo nesse momento. Nós não vamos sair do Rio Grande do Sul e deixar as pessoas aqui sofrendo. Isso é fundamental nesse momento. Fica essa mensagem de agradecimento a todos, mas um pedido de compreensão para que a gente possa achar uma solução que pense nas milhões de pessoas que foram atingidas por essa tragédia”, afirmou Barcellos.
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Perguntas provocadoras e reflexivas
Barcellos também comentou sobre como o trio de clubes gaúcho tem analisado a questão de forma harmônica e fez uma reflexão sobre como a questão deve ser encarada com seriedade. “Supondo que fôssemos totalmente insensíveis à situação e preocupados com o negócio futebol. Seria possível vir jogar em algum campo que temos aqui? Viajar até Florianópolis e 13 horas de ônibus, porque as entradas da cidade não existem, depois tomarem a água que os outros não têm para tomar? Não tomarem banho, voltarem de ônibus e mais um avião”.
“Todos iriam concordar? Dariam W.O. para essas partidas? Essa é a pergunta que tem que se fazer quando começa a se falar em jogar e treinar aqui e ali. Esse é o exercício mínimo de empatia que esperamos que seja feito”, questionou o presidente.
O dirigente acredita que o futebol deve ser esquecido no momento: “Desculpa a veemência, mas um pouco do sentimento de quem está dentro da água ajudando as pessoas, não falo de mim, mas da população que trabalha 24 horas de forma solidária, de quem trabalha no futebol, dos mais humildes até o mais alto, que também foi acometido desta tragédia. Estamos bastante abalados e não vamos, de maneira nenhuma, colocar o futebol na frente da vida”.
Para finalizar, Barcellos explicou que acredita que os 20 dias de adiamento não são suficientes pelo tamanho da catástrofe: “Foi uma medida emergencial e que eu vejo insuficiente para o tamanho da tragédia que estamos vivendo. Sei que é difícil para quem não está aqui ter essa dimensão. Às vezes, as pessoas podem pensar que foi uma região específica da cidade. Não. Foi o estado inteiro, cidades devastadas, Porto Alegre numa situação em que quase nenhum bairro não foi afetado, 85% da cidade sem água. Insuficiente esse tempo para pensar em futebol, inclusive. Uma medida inicial que tira parte do problema urgente, mas não resolve.”