Guto Ferreira chegou no Bahia em outubro de 2021, como esperança para alavancar o desempenho do Esquadrão. No entanto, o Tricolor não esboçou reação no Brasileirão e acabou caindo para a Série B. Contudo, o Bahia decidiu não demitir o treinador e anunciou que Guto estaria mantido para 2022 logo que soube da confirmação do rebaixamento. A decisão da diretoria Tricolor foi racional e lógica, pois Guto Ferreira é um dos maiores especialistas em Série B, com experiência até no próprio Esquadrão, quando conduziu o time do Bahia ao acesso em 2016.

O sucesso de Guto na Série B não fica restrito ao Bahia, afinal, o técnico esteve a frente de campanhas de acesso na Ponte Preta (2014) e no Sport (2019). Além de ter trabalhado de maneira intensa na jornada do Internacional na Segundona, em 2017, porém, Guto acabou deixando o clube gaúcho antes da conclusão da competição. Guto concedeu entrevista ao Globo Esporte nesta segunda-feira (4) e detalhou sua experiência na Segunda Divisão e como pode ser aplicada na jornada que o Tricolor inicia na próxima sexta-feira (8), diante do Cruzeiro, na Arena Fonte Nova:
“Acho que todas as competições, e eu já participei de muitas, estou indo para a sexta, foram quatro acessos e uma situação. A primeira em que eu estive por dois meses e meio, no Criciúma em 2011, quando eu estava retomando minha carreira. Em todas elas, a Série B tinha uma característica que era extremamente intensa no aspecto físico, jogo de força, jogo onde todos têm condição de tudo, diferente da Série A, onde poucos jogam fechado, todo mundo quer jogar. Na Série B, a estratégia é, muitas vezes, não deixar o adversário jogar. E mais do que nunca, nós precisamos ter um grupo com um plantel. As logísticas decidem a Série B. Bom planejamento de viagem, descanso, treinamento e, a partir da montagem da equipe, de características que a gente está buscando, para a gente poder chegar na competição e falar que nós estamos com a equipe equilibrada. E aí, depois, é a união de torcida e equipe. Que o mental decide muito”, avaliou Guto.
A Série B de 2022 agrupa times de peso no cenário do futebol brasileiro, porém, para Guto, isso não é uma vantagem para tais clubes. O técnico pontuou o que de fato é determinante na Segundona: Planejamento.
“O ano passado, boa parte do primeiro turno foi liderado pelo Brusque, que subia da Série C. Aí acabou tendo descontinuidade. Como o Botafogo de Ribeirão, que, em 2019, liderou quase todo o primeiro turno. Depois, faltou fôlego no final. Então tudo isso… No Brasil, não tem camisa. E passa muito por planejamentos. Por exemplo, Copa do Brasil… “Ah, mas é uma partida só, eliminatória”. Mas tem times sem investimento nenhum ganhando, nas suas condições de jogo, de equipes muito bem estruturadas. Mas, lógico, eles começaram dois meses atrás; eles têm o domínio do campo de jogo deles, que é totalmente diferente da equipe que está chegando. A equipe que está chegando, às vezes, não leva o seu melhor. E faz alguns dias que retornou. Isso tudo conta. Logística vai desequilibrar a competição. Sequência de jogos vai desequilibrar a competição. Nós temos que ter muita inteligência e muita visão, para que a gente possa administrar esses pontos de uma maneira que não nos atrapalhe. E, sempre que a gente puder tirar proveito desses detalhes, a gente tirar da melhor maneira possível e conseguir fazer com que isso some na nossa campanha final”, detalhou Guto.