Terminou em confusão e pancadaria a partida que marcou a sofrida classificação do Botafogo à segunda fase da Copa do Brasil. O Sergipe fez valer o mando de campo, jogou melhor no Batistão, em Aracaju, saiu na frente e ganhava até os 54 minutos do segundo tempo, quando Adryelson empatou e mudou a história do confronto. O gol foi marcado poucos segundos antes do cronômetro chegar ao décimo minuto de acréscimos.

Copa do Brasil: Sergipe x Botafogo termina em confusão e pancadaria
Copa do Brasil: Sergipe x Botafogo termina em confusão e pancadaria

O lateral-direito Potiguar abriu o placar com um golaço de falta, logo aos 12 minutos de jogo. A equipe da casa, que disputa a Série D do Campeonato Brasileiro, não tomou conhecimento do adversário da Série A, dominou o primeiro tempo e boa parte do segundo, com chances reais de ampliar o placar. Uma grande defesa de Lucas Perri, já na segunda etapa, evitou o segundo gol de falta de Potiguar. Precisando do empate, o Glorioso foi para o abafa.

 

Sem muito repertório, a equipe carioca abusou dos cruzamentos na área, e lançou até mesmo o goleiro Perri para o tumulto no campo de ataque. O árbitro Bráulio da Silva Machado sinalizou oito minutos de acréscimos na etapa final. Quando o jogo se aproximava então dos 53', ele acrescentou mais um minuto. O embate deveria terminar então, aos 54'. Após uma sequência de três escanteios, Adryelson foi às redes, com o cronômetro marcando 54 minutos e 44 segundos.

Após o apito final, membros da delegação do Sergipe invadiram o gramado e o presidente do clube da casa, Ernan Sena, deferiu socos ao árbitro do jogo, Bráulio Machado. Em seguida, o mandatário partiu para cima de um dos auxiliares e acabou agredido com um golpe no rosto, com o mastro da bandeirinha sendo utilizado para atingi-lo. A equipe de arbitragem precisou de escolta da Polícia Militar para ir até o vestiário. O ex-vice presidente do Sergipe, Saulo Aragão, ainda invadiu o campo, tentando agredir o técnico Luís Castro.

Com o resultado, o Botafogo fatura mais R$ 1,7 milhão em premiação da CBF. Por outro lado, o Sergipe deixa de desembolsar R$ 900 mil. "Quem vai se responsabilizar por isso? Quem vai se responsabilizar por a gente não ter conseguido fazer história no Sergipe e no futebol nacional? Se tivesse sido respeitado o tempo de jogo, teríamos saído com a vitória", enfatizou o técnico Rafael Jacques, do Sergipe, em entrevista coletiva pós-jogo. O goleiro Dida também não escondeu a insatisfação com o episódio e disparou contra a CBF:

 

"CBF, você é uma vergonha. O que ele (Bráulio Machado) fez hoje foi uma safadeza. Deu acréscimo a mais. No último lance, que eu creio que o segundo escanteio não foi escanteio. E quando eu estava no chão ele falou: 'Levanta, porque se você não levantar vou dar um minuto'. Levantei e mesmo assim ele deu mais um minuto. É uma safadeza. Se fosse o contrário, o Botafogo com 1 a 0 e o Sergipe precisando do resultado, daria cinco ou seis minutos no máximo", declarou o arqueiro em entrevista ao SporTV.