A diretoria do Botafogo já iniciou o planejamento de economia para o segundo semestre de 2020. A crise financeira se alastrou após a pandemia da Covid-19, que pegou todos de surpresa. Com a paralisação do futebol nacional, a diretoria teve que se desdobrar para encontrar uma forma de manter o saldo do clube positivo.
Na tarde desta quinta-feira (30), funcionários do Glorioso se manifestaram publicamente sobre os atrasos salariais. “Nós, os funcionários do Botafogo de Futebol e Regatas, vimos por meio desta nota pedir socorro quanto à nossa situação. São chefes de família, mães que sustentam as sua casas”, declararam em nota oficial. Paulo Autuori, treinador da equipe, não escondeu sua insatisfação e revelou cobranças à diretoria por salários atrasados.
“Eu não aceito isso, sou um crítico e tenho falado bastante duro com a direção nesse sentido. Não posso aceitar que os jogadores estão sendo pagos e os funcionários não. Isso foi uma das minhas exigências e já aconteceu comigo em outros locais. Quando não foi cumprido o que foi colocado, eu tomei uma posição. Isso está claro para a diretoria do Botafogo, eu não vou ser incoerente”, declarou.
Autuori é uma das figuras mais influentes nos bastidores do Botafogo. O treinador é conhecido por não abaixar a cabeça e bater de frente com posicionamentos polêmicos. Ao longo de sua carreira, já deixou diversos clubes por atraso salarial. O experiente técnico defende que o problema precisa de uma solução mais rápida. Nelson Mufarrej, presidente do clube, prevê quitar parte dos vencimentos nos próximos dias.
“Isso impacta muito (o dia a dia) e é algo que o Botafogo tem que estancar para as coisas normalizarem não por um período curto. Não adianta pagar agora e atrasar depois, é preciso estabilidade. Eu sou testemunha da maneira como eles estão trabalhando para conseguir recursos e não me refiro ao lance da S/A. É o que precisamos fazer entre o agora e a S/A, num futuro muito próximo as coisas vão tomar um rumo diferente”, completou Autuori.