Antony sumiu, escafedeu-se. Foi vendido para o Ajax, da Holanda, rendeu uma grana aos cofres do Morumbi, mas fará muita falta ao time do Fernando Diniz. Não que ele seja um gênio – bom de bola, sim.
Revelado em Cotia, o moleque era o único atacante do elencoque tinha realmente aquele improviso tipicamente brasileiro: o talento do drible curto, em pouco espaço, capaz de desmontar retrancas numa balançada, numa gingada de corpo.
Imagino que o Diniz vá escalar Pato e Pablo como dupla de ataque titular neste retorno aos jogos, com Vitor Bueno chegando tambémàfrente, além deDaniel Alves, é claro. Mesmo com boas opções para criação, não vejo um outro jogador, neste São Paulo, com a característica do garoto Antony. Uma arma a menos para a equipe do Fernandinho, sem dúvida.
Helinho e Toró já tiveram suas chances e oscilaram. Nunca assumiram a bucha pra valer. Sabe aquele lance de tomar conta da posição? Vestir a camisa e não tirá-la mais? Já o ponta Éverton podiaser esse cara. O problema é que se machuca demais. Difícil contar com ele. Carneiro, que voltou de suspensão dedoping, não me convenceu. Parece forte, explosivo e meio atrapalhado.
Brenner é arisco, rápido, porém não subiu de nível como prometia. Paulinho Boia e Danilo Gomes, meninos forjados na base, não estão prontos. Tréllez é raçudo, corre pacas,vive de sobras e de bolas aéreas. Além disso, está com um pé de se transferir a Goiânia e se juntar a Vagner Mancini no Atlético-GO.
Minha conclusão: a melhor das alternativas para entrar na vaga do Antony é o “coitado” do Rojas. O equatoriano estava arrebentando, assim que ganhou as primeiras oportunidades sob o comando do prof. Diego Aguirre, antes de romperos ligamentos do tendão patelar direitodo joelho.
Incisivo, agressivo, Rojas partia para cima, para dentro, como uma faca quente deslizando sobre um tablete de manteiga. Pena que estourou o joelho duas vezes! Lesões seríssimas que tiraram o gringo dos gramados por quase dois anos.
Se conseguir recuperar os movimentos totais do joelho, a força mental, a confiança, a coragem e o futebol mostrado em poucos jogos pelo São Paulo em 2018, Rojas pode ser a solução para desempenhar papel semalhante ao de Antony.
Assim como Antony, que bateu asas e voou para a Europa, João Rojas não é craque, nem gênio, mas tem potencial para ser a flecha do ataque do Tricolor, até melhor do que a anterior. Você concorda?