O Atlético Mineiro passa por um momento conturbado na temporada. Quem também está nessa situação é o atacante Vargas. Desde a eliminação do Galo para o Palmeiras na Libertadores, onde o chileno, que seria um dos batedores de pênaltis da equipe de Cuca, o jogador não vem mais sendo relacionado. Em entrevista ao Globoesporte.com, o veterano admitiu estar com depressão, mas afirmou que dará a volta por cima para voltar a ser relacionado pela comissão técnica do Alvinegro. O profissional não foi relacionado diante do Coritiba e do Goiás
“Estou focado em reverter toda essa situação. Tentar, nesses últimos três meses (de 2022), voltar a ser convocado (relacionado pelo Cuca), e mostrar toda a vontade que eu tenho de mudar a situação. E aí eles (Atlético) vão dizer se estou bem. Se eles me querem, vou ficar”, disse o atacante, que contou como vem sendo sua rotina desde o dia da expulsão contra o Palmeiras.
“Depois da expulsão, eu cai tipo na depressão. Me sentia com vontade de nada. Não queria sair na rua, não queria ir no supermercado. Inclusive meus filhos vieram no fim de semana. A gente ficou aqui com meus amigos, filhos deles. Saímos aqui no parquinho (do condomínio), sendo que eu podia ter levado no shopping, sabe? Qualquer lugar pra eles desfrutarem. Mas não tinha vontade. Porque eu sabia que talvez o atleticano, o torcedor, ia me olhar com uma forma diferente“, lamentou o atacante.
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Para sair dessa depressão, o chileno contratou um terapeuta. O profissional, Lincoln Nunes afirmou em entrevista junto com o atleta que trabalha todo dia com o atacante para que ele não se sinta o único culpado pela eliminação do time mineiro da Libertadores. Além de Lincoln, o veterano contratou para fazer parte de sua equipe. o neurocientista Fabiano de Abreu Agrela, que é o CEO de uma empresa de assessoria de imprensa, PhD em neurociências. Fabiano também presta serviços ao jogador Emerson Palmeiri.
“Sabemos da capacidade do Vargas em cobrar pênaltis, mas ele não pode se sentir o único culpado da eliminação do Galo”, disse Lincoln. Já Fabiano foi mais além: O tamanho do impacto emocional do jogador tem variáveis, entre elas, condições genéticas e história de vida. O que fazemos é analisar essas variáveis, entender a sua história de vida e, se necessário, pedir exames, entre eles o genético e de neuroimagem. O estado mental do atleta tem relação com a produção de neurotransmissores e esses com o controle do pensamento mediante ao passado, a precursores genéticos, assim como alimentação e outros fatores e, sabe-se que a condição mental interfere não apenas na condição física, como também na criatividade, tomada de decisão, foco e memória, que são os meios vinculados à habilidade”, concluiu o neurocientista.