No final de semana passado, ao sentir as dificuldades que os pais passavam por conta da crise econômica provocada pela pandemia do novo Coronavírus, a jovemAna Clara, moradora da cidade de Altinópolis (MG), pegou o celular da mãe e ligou para a PM solicitando uma cesta básica, doces e sapatos. A Políciase mobilizou e foi àcasa entregar a solicitação da menina, em um ato de sensibilidade e percepção do problema enfrentado pela família.
Entretanto, algo chamou atenção na foto que registrou o instante da conexão acolhedora: Ana Clara vestia o manto palmeirense. Com o timing de quem sabe de sua grandeza, além de saber levar de vencida e mostrar que, de fato, é campeão no campo e na vida em coletividade, torcedores locais do Palmeirasentraram em contato com o clube que encaminhou à família mineira uniformes oficiais e alimentos em missão capitaneada pelo Periquito mascote do Verdão.
A ação integra o programa “Por um Futuro Mais Verde”, que visa consolidar o clube como uma organização responsável, geradora de impacto positivo para o futebol e para a sociedade por meio da atuação integrada dos pilares econômico, social e ambiental. Pode-se contar, como marco inicial desta jornada de presença atuante na maior crise sanitária do século, a carta aberta do Palmeiras à Itália, divulgada em 19/03. Como um centenário filho arraigado na América do Sul, o clube acenou com comoção e palavras de incentivo no instante em que a Bota era assolada pelo vírus, o tom da carta apontava para a necessidade das novas gerações acolherem com fraternidade e altruísmo os antepassadosem uma clara alusão ao orgulho em descender daquele país.
A resposta não demorou a vir. A Associazione Sportiva Roma, no dia seguinte, reverenciava o carinho em seu Twitter: “Fundada em 1914 como Palestra Italia, o Palmeiras tem uma rica herança italiana e recentemente escreveu uma carta comovente para a Itália mostrando seu apoio durante a pandemia de COVID-19”. A postagem ainda elegia o Palmeiras como clube da semana e relembrava atletas que atuaram com as duas camisas, como o meia Taddei, o zagueiro Antônio Carlos e o lendário Cafu.
Após esse pontapé inicial, o Palestra mergulhava com intensidade na campanha “Fique em Casa”, com postagens constantes e entretenimento de apoio aos torcedores, a #jogandoemcasa se aproximava do torcedor com pastagens como “Quem já viu o Palmeiras ser campeão de tudo precisa ficar em casa para ver o Palmeiras ser campeão de muito mais”, ou provocações divertidas em seu Twitter oficial, taiscomo “Me fale ano, mês e dia em que nasceu que eu te falo um jogo da minha história que eu me lembre de você”.
Desta maneira, o clube já se aliava aos torcedores com empatia, fortalecendo a nação alviverde para a grande catástrofe que já se encaminhava ao Brasil. Ações efetivas para sanar os danos que a crise mundial traria começaram a ser postas em prática, como créditos a sócios Avanti com a mensalidade em dia, que serão revertidos quando o futebol voltar.
Para fora do universo do clube, a campanha “Por um Futuro Mais Verde” lançou como uma de suas iniciativas a divulgação de organizações que auxiliam ou atuam diretamente no enfrentamento da COVID-19, bem como instituições de saúde que desempenhamno cuidado de pessoas e foram impactadas pela crise. Por meio do Instagram do clube, com 2,3 milhões de seguidores, foi possível construir uma rede de apoio capaz de viabilizar conexões entre pessoas e instituições.
O mesmo programa também possibilitou a doação de R$ 11.374,00 àArquidiocese de São Paulo, mantenedora da Pastoral do Menor, após eventos testes realizados no Allianz Parque entre fevereiro e março. O estádio, já cravado na rotina paulistana como o anfitrião dos maiores shows da cidade, também foi palco para duas notáveis ações: 1) campanha de vacinação contra a Influenzia, auxiliando o poder público em um momento de logísticas difultadas pela pandemia; e 2) campanha de Doação de Sangue, que reforçou hemocentros que sofreram queda significativa nos estoques com as restrições impostas pela COVID-19.
A capilaridade do levante palestrino pela solidariedade não ficou restrita à cidade, como se viu no caso da pequena palestrina Ana Clara. Por meio dos Consulados Palmeirenses (representações oficiais do clube no Brasil e no mundo), foram arrecadadas cerca de 10,4 toneladas de alimentos, distribuídos entre as comunidades onde estão inseridos, 1.000máscaras de proteção, 300 metros de tecidos para confecção e 39 litros de álcool.
Os consulados ainda mobilizaram R$ 3.174 para a aquisição de camas hospitalares, R$ 2.000 para ajuda de custo a profissionais de saúde, distribuição de 2.298 peças de roupa, 100 pares de sapato, centenas de produtos de higiene, além de 502 ovos de chocolate no domingo de Páscoa.
O Palestra retomou suas atividades com bola na última quarta-feira (01), depois de quase 4 meses. Desde o princípio de março, quando foi decretada a pandemia pela OMS, o futebol teve suas atividades suspensas e palestrinos tiveram que começar a travessia deste período histórico para a humanidade em abstinência de bola rolando e Allianz Parque cantando. Entretanto, a seriedade do momento mobilizou o clube tanto no resguardo e preparo do elenco, quanto para ações de solidariedade. Ao mesmo tempo em que vimos atletas em inusitados testes físicos em home office, o Palmeiras se posicionou de maneira imponente para trabalhos com o objetivo de mitigar dificuldades que a pandemia trouxe à sociedade.